Uma destas noites, sonhei que o meu carro ganhava vida própria e fugia-me.
Quanto mais eu corria atrás dele, mais o estupor acelerava até que deixava de o ver.
Fui encontrá-lo, mais tarde, depois de muitas lágrimas, todo escavacado numa ribanceira, virado do avesso, com as entranhas à mostra e o chassis todo partido.
Espera...
Se calhar...
Deve ter alguma coisa a ver com aquele dia em que me esqueci de puxar o travão de mão, fui à minha vidinha e, quando regressei, já estava o cabrão do carro ao fundo da rua, depois de ter deslizado para aí uns bons 500 metros, todo fodido, encaixado entre o passeio e uns paus que metem no chão para segurar umas correntes, tão úteis como a puta que as pariu, devem servir de baloiço aos pombos com certeza...
Só pode ser isso.
Realmente o subconciente (é propositado, está bem?) é uma máquina incrível, as coisas que vai buscar, não é?, nunca pensei, pois é, é assim a vida, mais à merda que podias ir também tu, caralho, que é só disto.
Foda-se!
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