quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Queixume

Tuga que é tuga, e um tuga que se preze, atenção, nada de parvoíces, que isto é coisa séria, não consegue passar numa estrada com acidente ou obras ou polícia ou outro qualquer fenómeno do Entroncamento, sem, pelo menos, abrandar, pôr a cabecinha de fora e ficar a ver.

Ora, este simples acto de curiosidade causa grande embaraço no trânsito; as restantes pessoas que não têm curiosidade nenhuma e que têm pressa de chegar ao destino é que têm que levar com a pouca vergonha que é ser cuscuvilheiro.

Aposta-se que essas andorinhas que páram na estrada para ver o que está a acontecer não se sentem pessoas se não puderem ver para mais tarde relatar a ocorrência.

Imagina-se que deva ser o cúmulo da vergonha chegar a casa ou ao café onde estão os amigos e dizer: "Eh pá, havia um ganda acidente na estrada, fez cá um trânsito...". "Ai sim? Mas como é que foi o acidente?" "Ah não sei, não fiquei para ver" E é nesta parte que se abate uma ira divina e uma profunda vergonha sobre o sujeito que não ficou para ver que, consternado, se atira a um poço.



Ora, francamente, seus cabrões, não têm vergonha de ser uns empecilhos sociais e de prejudicarem a vida a toda a gente, principalmente, e ao contrário de V.Exas., àqueles que querem ir trabalhar?!

Vão ver se chove, sim?

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