segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

IX

Tempo suficiente para gerar um puto, diria eu.
Tempo suficiente para o deixar fechado no cacifo, a comer folhas velhas de um Código Civil a cair de podre.
Diria mais, tempo que deixa de ser tempo para passar a ser o tempo, a vida, o seguimento que se almejava desde cedo.
Missão mais que cumprida, o tempo está para continuar, sem necessidade de injecção, não de capital, mas de dopamina.
Palavras a mais são desperdicio, quando as podemos usar para outros efeitos, que fiquem aquém de consequências tão profundas como esta, mas creio que olhar para o céu, e ter vontade de agradecer, será também perda de tempo?
Certamente, mas não sem antes desejar fortemente ter alguém lá em cima a quem dizer obrigado por sememlhante dádiva.
Agradece-se, então, a quem vive entre os mortais, que torna o que se vive imortal e intemporal.Mas discretamente, sem dar nas vistas. Porque quem merece nunca gosta de ser agradecido.
Porque será?




AS

2 comentários:

Лев Давидович disse...

Obviamente, porque não merece

Diligentia disse...

Like you know it...
AS