segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Balanço

Para os seres academizados, o tempo e o mundo são divididos em blocos. Blocos de semestres, de horas, de exames, de cadeiras, e de outras tantas classificações que se perdem em si mesmas.
Para os pobres que não têm outra forma de vida senão fussar em páginas de desencantos, o tempo divide-se em tempo ocupado e tempo livre que, de facto, não existe, mas fingimos que sim, porque parece que não, mas ninguém acredita que se trabalha tanto sem receber um cêntimo pelo trabalho dispendido.
Enfim, há coisas piores.
O tempo dito livre passou. E passou rápido demais. Num piscar de olhos, passou-se todo o tempo de férias que ao longo de 4 anos nunca existiu. Gastou-se, foi-se.
As memórias e as marcas que deixa este tempo, afinal tão raro, são inigualáveis, inesquescíveis, imbatíveis. O que se viu e viveu, não deixará jamais a mente e a memória de quem viveu. Inicia-se uma nova era, um novo tempo, um espaço em que não haverá contagem de segundos, porque o relógio agora, não pára até ao verão.
E o que se viu?
O que se viveu?
A companhia?
Fica para trás, fadado a um canto na memória, remetido a um tempo bom, mas pertencente ao passado?
Nao, está constantemente presente, a ser relembrado, um cd que toca sem cessar, sem nunca cansar, nem riscar.
Fecha um ciclo, começa outro. Temporal, apenas. O ciclo nunca fecha, porque nem sequer existe ; é uma linha contínua que corre para o infinito.
Olha-se pa trás, custa deixar um tempo assim tão bom. Dá vontade de nunca deixar, nunca ir embora, nunca ter de deixar de fazer o que se tem feito até aqui.
O melhor disto tudo?
O que fez com que tudo assim fosse continua aqui. Independente à passagem do tempo, livre ou ocupado. Está para continuar.
E não podia ser melhor.


AS