Se julgava que a surdez era o grande problema deste mundo, estou prestes a juntar-me a Saramago, no que à sua teoria da cegueira diz respeito. Mais cego não é o que não vê, é o que não quer ver.
Algures por aqui tive já a oportunidade de exprimir, num chorrilho de idiotices, a minha parca e limitada visão acerca da inocência e das suas várias vertentes. Concluo hoje que deveria, não escrever um post novo, mas sim, republicar o texto referente a essa temática. Porque nada do que escreva hoje difere do que então escrevi.
A inocência perde-se por aí, e a virgindade das mentes afecta seriamente a capacidade de vivência pacifica entre seres humanos; é um facto incontornável. Não há aqui qualquer espécie de censura ou juízo de valor; o que se observa é que as mentes inocentadas abundam entre aquelas conspurcadas que já tudo viram e tudo fizeram. É bom haver diversidade ; se me perguntarem, é daí que advém a riqueza mental.
Porém, o que também se observa, sendo exactamente o que se pretende transmitir, com laivos de impaciência e superioridade que não se tendo, faz-se de conta que se tem, é que as mentes puras e sãs, as que habitam no mundo cheio de imundice, porcaria e podridão, tentam constantemente ser como os seres das trevas que aqui habitam. Tentam ser porcos e estúpidos como os outros querem ser como o que os rodeia, tentam levar a cabo todas as acções que os quebrados do mundo fazem, esperando, na sua inocência, que mais?, ser como eles, fazer igual, fazer igualmente a mesma porcaria que se vê. Para quê?, para serem iguais e satisfazerem a sede de serem iguais, de serem sombras, como os outros, nem sequer se apercebendo que o que os distingue da imundice e da negritude ao redor, é exactamente a virgindade mental, a inocência do pensamento, a ingenuidade do olhar, que os diferencia, que os torna melhores.
Mas não. Interessa, sobretudo, chegar, e fazer igual a toda a gente. Esquece-se que a marca que deixam, a marca sem macula, de inocência, de clareza nas ideias e nas visões, esse é o particular, que passa a ser o geral, que destrinça o limpo daquilo que é sujo e impuro.
Qual quê! Interessa é chegar e fazer tudo como se pensa que é certo, como se vê fazer, como se acha que é acertado, porque sim. Porque sem se saber nada do mundo dos infernos e dos demónios, chega-se e quer-se fazer tudo como se vê.
Até nisto se demonstra inocência. Crer que se pode sujar tudo à primeira, como se já o tivéssemos feito mil vezes. Acreditar que se pode realmente fazer de uma assentada o que levou tantos anos a construir, e mesmo assim, o prédio ainda abana, é ser-se crente a toda a prova.
Mesmo assim, não ; há que matar a cabeça com a tentativa que deveria ter saído perfeita. Há que não querer nem ver nem acreditar no que se ouve, porque a tentativa não saiu bem, porque era um milímetro mais para a esquerda.
Isto é ser-se inocente. Já sei, já o escrevi algures, exactamente a mesma coisa. Afinal, isto é só uma reiteração.
Não há adeus às virgens ; é mais um até já. Elas é que não sabem. Porque a lixeira mundial não de fez de um dia para o outro. Felizmente.
Viva o espanto inicial.
Algures por aqui tive já a oportunidade de exprimir, num chorrilho de idiotices, a minha parca e limitada visão acerca da inocência e das suas várias vertentes. Concluo hoje que deveria, não escrever um post novo, mas sim, republicar o texto referente a essa temática. Porque nada do que escreva hoje difere do que então escrevi.
A inocência perde-se por aí, e a virgindade das mentes afecta seriamente a capacidade de vivência pacifica entre seres humanos; é um facto incontornável. Não há aqui qualquer espécie de censura ou juízo de valor; o que se observa é que as mentes inocentadas abundam entre aquelas conspurcadas que já tudo viram e tudo fizeram. É bom haver diversidade ; se me perguntarem, é daí que advém a riqueza mental.
Porém, o que também se observa, sendo exactamente o que se pretende transmitir, com laivos de impaciência e superioridade que não se tendo, faz-se de conta que se tem, é que as mentes puras e sãs, as que habitam no mundo cheio de imundice, porcaria e podridão, tentam constantemente ser como os seres das trevas que aqui habitam. Tentam ser porcos e estúpidos como os outros querem ser como o que os rodeia, tentam levar a cabo todas as acções que os quebrados do mundo fazem, esperando, na sua inocência, que mais?, ser como eles, fazer igual, fazer igualmente a mesma porcaria que se vê. Para quê?, para serem iguais e satisfazerem a sede de serem iguais, de serem sombras, como os outros, nem sequer se apercebendo que o que os distingue da imundice e da negritude ao redor, é exactamente a virgindade mental, a inocência do pensamento, a ingenuidade do olhar, que os diferencia, que os torna melhores.
Mas não. Interessa, sobretudo, chegar, e fazer igual a toda a gente. Esquece-se que a marca que deixam, a marca sem macula, de inocência, de clareza nas ideias e nas visões, esse é o particular, que passa a ser o geral, que destrinça o limpo daquilo que é sujo e impuro.
Qual quê! Interessa é chegar e fazer tudo como se pensa que é certo, como se vê fazer, como se acha que é acertado, porque sim. Porque sem se saber nada do mundo dos infernos e dos demónios, chega-se e quer-se fazer tudo como se vê.
Até nisto se demonstra inocência. Crer que se pode sujar tudo à primeira, como se já o tivéssemos feito mil vezes. Acreditar que se pode realmente fazer de uma assentada o que levou tantos anos a construir, e mesmo assim, o prédio ainda abana, é ser-se crente a toda a prova.
Mesmo assim, não ; há que matar a cabeça com a tentativa que deveria ter saído perfeita. Há que não querer nem ver nem acreditar no que se ouve, porque a tentativa não saiu bem, porque era um milímetro mais para a esquerda.
Isto é ser-se inocente. Já sei, já o escrevi algures, exactamente a mesma coisa. Afinal, isto é só uma reiteração.
Não há adeus às virgens ; é mais um até já. Elas é que não sabem. Porque a lixeira mundial não de fez de um dia para o outro. Felizmente.
Viva o espanto inicial.
AS