segunda-feira, 31 de maio de 2021

E Ainda Não Acabou

Sempre tive em mim a firme convicção que o mês de janeiro, fosse de que ano fosse, era sempre o mês mais difícil, mais comprido e mais horrível de todos. Era sempre neste mês que aconteciam as piores coisas, ou que faltava sempre alguma coisa, ou que só havia chuva e vento, ou em que não se via progresso em nada, ou em que simplesmente era o mês em que a esperança se deitava para morrer.

Havia sempre alguma coisa no mês de janeiro que apelava ao lado pior, não só meu, mas de toda a gente, que fazia com que fossem 31 dias para esquecer, que contavam como se fossem 350. O mês de janeiro deste ano de 2021 foi talvez, o piorzinho de que há memória em termos gerais.

No entanto, o mês de maio, suplantou-o sobremaneira.

Foi um mês de merda. De merda. De muita merda.

Merda sobretudo para mim. Que fui, em todo o meu esplendor, uma merda. 

Nada correu bem, nada fiz de bom. Limitei-me a saltar de porcaria em porcaria, tentando não morrer de ataque cardíaco ou de ansiedade aguda, à espera do próximo pântano onde me enfiar. E, caraças, havia sempre mais um pântano.

Há muito tempo que não deixava que a estupidez me governasse de maneira tão autoritária. Não houve espaço para a calma e tranquilidade que decisões importantes pedem. Não houve inteligência para antever os percalços que poderiam existir. Não houve aceitação e paz para lidar com as consequências.

Ao invés, só houve estupidez, amadorismo, incompetência, precipitação e intempérie. O que só veio provar que sou tudo isto e mais um par de botas.

Se posso dizer que, ao menos, aprendi alguma coisa com isto? Quem me dera. E se à partida, a resposta é positiva, este mês veio mostrar-me que é só uma questão de tempo até voltar a suceder tudo outra vez e a aprendizagem deixar de existir.

Deve ser por isso que tenho a bela sensação que o mês de Junho será outro igual a maio: a mesma merda. 


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