Dos Incidentes, Pareceres e Vicissitudes várias. Porque "Quando a ralé se põe a pensar, está tudo perdido", lá dizia Voltaire...
terça-feira, 29 de maio de 2018
segunda-feira, 21 de maio de 2018
António Arnault
Pelo meu (relativo) sucesso a Deontologia Profissional, apenas estudado pela sua obra, o meu intenso e sentido obrigada.
E pelo SNS, já agora.
sexta-feira, 18 de maio de 2018
Prioridades
Aqui há dias, expressão usada por muitas avós deste país, estava eu numa qualquer fila de um qualquer supermercado, à espera de vez, quando surge uma senhora, carregada com compras, um carrinho de bebé e um puto com os seus 4 anos pela mão. Dirige-se a senhora ao operador de caixa e diz que pretende exercer o direito à prioridade. Perante o olhar incrédulo e francamente carrancudo da maior parte das pessoas da fila, lá põe a senhora as suas compras no tapete rolante. Após pagar, pega nos seus inúmeros pertences e desanda dali.
Atrás da senhora e imediatamente à minha frente, está um animal muito indignado.
Bufa por todos os lados, põe as mãos em todos os bolsos que possui, revira muito os olhos, enquanto pragueja baixinho.
Quando está a pagar as suas compras e muito depois da tal senhora ter ido embora, dirige-se ao empregado da caixa e, a alto e bom som, para toda a gente ouvir os seus rasgos de bestialidade, pergunta-lhe se acaso tivesse ele um carrinho de bebé também poderia passar à frente de toda a gente. Como se o empregado não tivesse percebido o alcance da sua mui astuta pergunta, a cavalgadura volta a repeti-la, desta feita num volume mais elevado, porque toda a gente sabe que se se falar muito alto nestas circunstâncias tem-se automaticamente razão, acrescentando é que há muita gente que acha que isto é tudo direitos, mas o que diz o boneco ali (referindo-se à placa que anuncia o atendimento prioritário) diz que são crianças ao colo, senão é tudo fácil e passamos todos à frente de toda a gente, isso assim é uma alegria.
E ainda se põe a olhar para mim, como quem diz, a menina não acha, como se fosse impossível que ninguém o apoiasse, aquele poço de sabedoria e razão.
Não, animal do caralho, a menina não acha.
O que a menina acha é que tu devias levar com uma melancia na cabeça até gritares por misericórdia ao invés de estares a dizer alarvidades e de estares indignado pelo facto das pessoas exercerem os direitos que, de facto, têm.
A menina acha que tu não tens vergonha nessa fronha de pacóvio por achares que uma pessoa com 5 quilos de compras, um carrinho de bebé com um petiz lá dentro e outro miúdo pequeno pela mão não tem de passar à tua frente, que estás bom de saúde e, a julgar pelo corpanzil bem nutrido, não tens de trabalhar 8 horas por dia e chegar ao fim do dia com energia para dizer asneiras.
É que, sabe, caro senhor com QI de 78, a menina acha que o Estado gasta demasiado dinheiro em educação para pessoas que de facto não a merecem nem a sabem aproveitar. Anos a fio na escola não lhe ensinaram que há pessoas com situações especiais que não podem ser tratadas como os demais porque é injusto, porque essas pessoas merecem um tratamento diferente porque não têm, momentaneamente ou de forma definitiva, as mesmas capacidades que os outros e, só por isso, merecem um acompanhamento especial, sob pena de termos uma sociedade autista e pessoas com carência largadas em sarjetas.
Aliás, quando o Estado estava a gastar dinheiro a dar-lhe aulas de físico-química, ciências da natureza ou história, que, no seu caso, foi um desperdício, devia era ter investido em aulas de formação cívica, em que lhe ensinavam a fazer o IRS, a portar-se convenientemente em sítios públicos, a preencher um cheque, a ser cortês e que as pessoas têm direitos.
O senhor também tem direitos, sabe, um deles é não ser agredido por expressar ideias tristes, que é maioritariamente o que o safa de levar com uma lata de atum de quilo pelas trombas abaixo.
A menina tem a ligeira sensação que o senhor é dono de uma coragem inominável porquanto não foi capaz de mandar vir com a senhora cara-a-cara, aproveitou que ela tenha virado costas para falar mal e barafustar, o que transmite a sua ideia de cidadania.
Para além de que a menina está convicta que o senhor não se atreveria a mandar vir se estivéssemos a falar de um homem, com medo de levar alguma arroxada no focinho se o interpelasse directamente.
A menina também está convicta que se a senhora em causa fosse branca não seria merecedora de metade da sua atenção, mas o racismo, juntamente com o machismo, são cancros sociais dos quais não nos livramos até que pessoas como o senhor animal passem para o outro mundo, portanto estamos mal.
A menina está convencida que este primata deve ser daquela estirpe de suíno que acha mal que se faça greve e que acha ainda pior as pessoas recebam subsídios. Pois também acho que o senhor neandertal não devia ter direito a salário ao fim do mês porque um abutre desses não deve produzir grande coisa e com essa cara de retardado devia, ele sim, ter direito a passar à frente de toda a gente por ser um quase-acéfalo.
No entanto, a culpa também é da menina que em vez de educadamente fazer ver ao senhor que estas atitudes são deploráveis e demonstradoras de uma mesquinhez social, resolveu virar a cara, morder a língua e seguir em frente, deixando-o a achar que tinha feito uma grande coisa e contribuído para o espírito cívico de algibeira que rasa por aí.
Em conclusão, a menina acha, ainda, que um elefante se devia sentar em cima dessa cabeça esférica enquanto toca bateria, mas se calhar isso já é violência a mais para uma questão tão simples.
Ou será que não?
Atrás da senhora e imediatamente à minha frente, está um animal muito indignado.
Bufa por todos os lados, põe as mãos em todos os bolsos que possui, revira muito os olhos, enquanto pragueja baixinho.
Quando está a pagar as suas compras e muito depois da tal senhora ter ido embora, dirige-se ao empregado da caixa e, a alto e bom som, para toda a gente ouvir os seus rasgos de bestialidade, pergunta-lhe se acaso tivesse ele um carrinho de bebé também poderia passar à frente de toda a gente. Como se o empregado não tivesse percebido o alcance da sua mui astuta pergunta, a cavalgadura volta a repeti-la, desta feita num volume mais elevado, porque toda a gente sabe que se se falar muito alto nestas circunstâncias tem-se automaticamente razão, acrescentando é que há muita gente que acha que isto é tudo direitos, mas o que diz o boneco ali (referindo-se à placa que anuncia o atendimento prioritário) diz que são crianças ao colo, senão é tudo fácil e passamos todos à frente de toda a gente, isso assim é uma alegria.
E ainda se põe a olhar para mim, como quem diz, a menina não acha, como se fosse impossível que ninguém o apoiasse, aquele poço de sabedoria e razão.
Não, animal do caralho, a menina não acha.
O que a menina acha é que tu devias levar com uma melancia na cabeça até gritares por misericórdia ao invés de estares a dizer alarvidades e de estares indignado pelo facto das pessoas exercerem os direitos que, de facto, têm.
A menina acha que tu não tens vergonha nessa fronha de pacóvio por achares que uma pessoa com 5 quilos de compras, um carrinho de bebé com um petiz lá dentro e outro miúdo pequeno pela mão não tem de passar à tua frente, que estás bom de saúde e, a julgar pelo corpanzil bem nutrido, não tens de trabalhar 8 horas por dia e chegar ao fim do dia com energia para dizer asneiras.
É que, sabe, caro senhor com QI de 78, a menina acha que o Estado gasta demasiado dinheiro em educação para pessoas que de facto não a merecem nem a sabem aproveitar. Anos a fio na escola não lhe ensinaram que há pessoas com situações especiais que não podem ser tratadas como os demais porque é injusto, porque essas pessoas merecem um tratamento diferente porque não têm, momentaneamente ou de forma definitiva, as mesmas capacidades que os outros e, só por isso, merecem um acompanhamento especial, sob pena de termos uma sociedade autista e pessoas com carência largadas em sarjetas.
Aliás, quando o Estado estava a gastar dinheiro a dar-lhe aulas de físico-química, ciências da natureza ou história, que, no seu caso, foi um desperdício, devia era ter investido em aulas de formação cívica, em que lhe ensinavam a fazer o IRS, a portar-se convenientemente em sítios públicos, a preencher um cheque, a ser cortês e que as pessoas têm direitos.
O senhor também tem direitos, sabe, um deles é não ser agredido por expressar ideias tristes, que é maioritariamente o que o safa de levar com uma lata de atum de quilo pelas trombas abaixo.
A menina tem a ligeira sensação que o senhor é dono de uma coragem inominável porquanto não foi capaz de mandar vir com a senhora cara-a-cara, aproveitou que ela tenha virado costas para falar mal e barafustar, o que transmite a sua ideia de cidadania.
Para além de que a menina está convicta que o senhor não se atreveria a mandar vir se estivéssemos a falar de um homem, com medo de levar alguma arroxada no focinho se o interpelasse directamente.
A menina também está convicta que se a senhora em causa fosse branca não seria merecedora de metade da sua atenção, mas o racismo, juntamente com o machismo, são cancros sociais dos quais não nos livramos até que pessoas como o senhor animal passem para o outro mundo, portanto estamos mal.
A menina está convencida que este primata deve ser daquela estirpe de suíno que acha mal que se faça greve e que acha ainda pior as pessoas recebam subsídios. Pois também acho que o senhor neandertal não devia ter direito a salário ao fim do mês porque um abutre desses não deve produzir grande coisa e com essa cara de retardado devia, ele sim, ter direito a passar à frente de toda a gente por ser um quase-acéfalo.
No entanto, a culpa também é da menina que em vez de educadamente fazer ver ao senhor que estas atitudes são deploráveis e demonstradoras de uma mesquinhez social, resolveu virar a cara, morder a língua e seguir em frente, deixando-o a achar que tinha feito uma grande coisa e contribuído para o espírito cívico de algibeira que rasa por aí.
Em conclusão, a menina acha, ainda, que um elefante se devia sentar em cima dessa cabeça esférica enquanto toca bateria, mas se calhar isso já é violência a mais para uma questão tão simples.
Ou será que não?
quarta-feira, 16 de maio de 2018
Vergonha Alheia
Não é que perceba grande coisa de futebol.
A bem da verdade, não percebo nada, mas gosto de ver e gosto do espectáculo à volta.
Creio, no entanto, que não é preciso perceber nada de futebol para perceber e compreender que o que se passou ontem na Academia do Sporting não é futebol. Não é desporto. Não é espectáculo.
É violência gratuita.
É vandalismo.
É, pura e simplesmente, criminoso.
Não sou do Sporting, mas não interessa a preferência clubística quando estão em causa eventos desta natureza. Não deixa, nem pode deixar, ninguém indiferente. Se acontece ao Sporting, acontece a qualquer um dos outros clubes.
Ninguém me tira da cabeça que isto foi um ataque encomendado. São demasiadas coincidências; nos últimos tempos só se ouve falar das alarvidades daquele extraterrestre que têm como presidente, um déspota mal iluminado, dos problemas do clube e do constante arremesso de responsabilidades para os jogadores. Agora, vem um arraial de gente e tenta limpar o balneário...? Mesmo que não tenha sido por encomenda, o autor moral, como se ouve por aí, já se sabe quem é.
Sem escrúpulos, sem vergonha. Um ataque deliberado a pessoas indefesas. Devem estar muito orgulhosos.
Animais.
Portanto, um minuto de silêncio pelo futebol português, neste país onde se atacam pessoas à má fila só porque sim.
A bem da verdade, não percebo nada, mas gosto de ver e gosto do espectáculo à volta.
Creio, no entanto, que não é preciso perceber nada de futebol para perceber e compreender que o que se passou ontem na Academia do Sporting não é futebol. Não é desporto. Não é espectáculo.
É violência gratuita.
É vandalismo.
É, pura e simplesmente, criminoso.
Não sou do Sporting, mas não interessa a preferência clubística quando estão em causa eventos desta natureza. Não deixa, nem pode deixar, ninguém indiferente. Se acontece ao Sporting, acontece a qualquer um dos outros clubes.
Ninguém me tira da cabeça que isto foi um ataque encomendado. São demasiadas coincidências; nos últimos tempos só se ouve falar das alarvidades daquele extraterrestre que têm como presidente, um déspota mal iluminado, dos problemas do clube e do constante arremesso de responsabilidades para os jogadores. Agora, vem um arraial de gente e tenta limpar o balneário...? Mesmo que não tenha sido por encomenda, o autor moral, como se ouve por aí, já se sabe quem é.
Sem escrúpulos, sem vergonha. Um ataque deliberado a pessoas indefesas. Devem estar muito orgulhosos.
Animais.
Portanto, um minuto de silêncio pelo futebol português, neste país onde se atacam pessoas à má fila só porque sim.
terça-feira, 15 de maio de 2018
Prometo Que Já Me Vou Calar com Isto, A Sério...
Este homem não canta nada, a música é parva, aborrecida e sem gracinha nenhuma, mas o intérprete é dono de uma beleza muito apelativa à minha pessoa e não podia deixar de figurar aqui literalmente apenas pelos seus lindos olhos. Muito viking, muito barbudinho, muito pouco lavadinho, muitíssimo bem apessoado.
Espécime fantástico, benzó-deus. Espécime fantástico.
Espécime fantástico, benzó-deus. Espécime fantástico.
Vamos Lá Falar da Eurovisão - Os Preferidos
Não percebi nada da letra, mas gostei imenso da batida, do ritmo, dos acordes. Claro que estava longe, muito longe de poder ganhar, mas adorei a atuação.
Esta foi outra que não percebi um boi do que ela disse, mas adorei o ritmo e achei que a moça tinha um cabelo fantástico. Muito bom.
Esta senhora deveria ser A VOZ da Eurovisão, se fossemos lá pela qualidade deste instrumento. Não há palavras para o poderio vocal aqui instalado. Excelente.
Esta foi outra que não percebi um boi do que ela disse, mas adorei o ritmo e achei que a moça tinha um cabelo fantástico. Muito bom.
Esta senhora deveria ser A VOZ da Eurovisão, se fossemos lá pela qualidade deste instrumento. Não há palavras para o poderio vocal aqui instalado. Excelente.
Vamos Lá Falar da Eurovisão - Os Merdas Mais Merdas
Não sei o que isto possa ser, mas confesso que tenho algum medo deste moço. Mais que não seja por ter 21 anos e não falar ponta de inglês, ao ponto de precisar de uma intérprete. Até se poderia perdoar, os sistemas educacionais não são iguais em todo o lado. Mas este espécie cantou uma canção EM INGLÊS, porra. Creio que não serão necessárias mais palavras para descrever a parvoíce que para aqui vai, pois não?
Foleiro, foleiro, foleiro, a escorrer um azeite tão pegajoso que até fico com diabetes só de olhar. Mas o que vem a ser isto?? Ninguém disse a estes moços que os duetos românticos, a fingir namoro teatral deixaram de se usar em 1981, no tempo do 'My Endless Love', esse hino da Pacóvilândia? Por amor da santa, voltem para a escola, meus amores, que tenho a impressão que estão a faltar à aula de Ciências da Natureza para irem à Eurovisão...
Ainda falam mal da música vencedora... O que é isto, senão a Eurovisão a espalhar charme e pernas à mostra desde 1956, à semelhança da amiguinha cipriota? O que é isto senão uma voz muito fraquinha, com uma música ainda mais fraquinha, com o eterno rebolar que mostra tudo menos a música? Ca lindo.
Foleiro, foleiro, foleiro, a escorrer um azeite tão pegajoso que até fico com diabetes só de olhar. Mas o que vem a ser isto?? Ninguém disse a estes moços que os duetos românticos, a fingir namoro teatral deixaram de se usar em 1981, no tempo do 'My Endless Love', esse hino da Pacóvilândia? Por amor da santa, voltem para a escola, meus amores, que tenho a impressão que estão a faltar à aula de Ciências da Natureza para irem à Eurovisão...
Ainda falam mal da música vencedora... O que é isto, senão a Eurovisão a espalhar charme e pernas à mostra desde 1956, à semelhança da amiguinha cipriota? O que é isto senão uma voz muito fraquinha, com uma música ainda mais fraquinha, com o eterno rebolar que mostra tudo menos a música? Ca lindo.
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Comentário Jurídico da Latrina,
Posição Doutrinária
segunda-feira, 14 de maio de 2018
Vamos Lá Falar da Eurovisão
Ultrapassadas as lágrimas pelo facto de ter estado longe da noite mais 'eurovisiva' do ano, vamos a factos: nada muda na Eurovisão.
A Eurovisão foi sempre, é sempre, será sempre um festival da música pop.
Claro que aparecem músicas de todos os estilos, mas eventualmente acabam sempre por vencer canções pop.
Há excepções, claro; Salvador Sobral e Lordi são dois nomes que surgem imediatamente na mente e que fogem a este paradigma, mas a esmagadora maioria centra-se na música pop.
E não há mal nenhum nisso.
Há pop muito mau e há pop muito bom. Calha que na Eurovisão só se veja maioritariamente pop muito mau, com muita perna de fora, mamas em todas as direcções, letras de treta e acordes que ferem os ouvidos.
Este ano não foi diferente.
Ou achavam que ia ser? Lá porque o Salvador ganhou com uma música diferente, a partir de agora já havia qualidade a rodos no festival, não querem lá ver?
Não, meus amigos.
Isto é só a Eurovisão a ser a Eurovisão. É o festival a ser o que sempre foi: uma agremiação de música ligeira, a que se dá a importância que tem durante os três dias de cada espectáculo e depois nunca mais ninguém se lembra disso até ao ano seguinte.
Serve essencialmente para passar um bom bocado e fazer amigos entre vários países, celebrando as diferenças dentro da união. E mais nada, não vale a pena enervarem-se muito.
Ganhou, portanto, Israel, o meu país preferido.
Não com a minha música preferida (já lá vamos), mas com uma vitória espectável.
'Toy' é o espírito pop-fácil da Eurovisão, tirado a papel químico, como diria a minha saudosa Avó. Lá está, é o que sempre foi. A rapariga é diferente e fez uma interpretação para lá de diferente, igual a si própria. Não vejo qual possa ser o espanto daquela vitória; afinal estava mais ou menos prevista, ou não viram as apostas ao longo de todo este mês que passou?
Agora, se me perguntarem, acho que há muita estupidez a vir à tona com a vitória da moça.
Aparentemente ninguém gosta da música, que é parva, que é música carrinho-de-choque, que não tem conteúdo e tal, que a gaja é uma badocha, que a música é horrível.
Pois a mim só me ficou no ouvido, a gaja é gorda.
E tanta gente que anda por aí só encher a boca a chamar gorda à miúda só porque não gostam da música.
Não há vergonha?? O que é que o aspecto tem a ver com a qualidade da música?
Parece-me que, afinal, a Eurovisão é vista por cerca de 100 milhões de pessoas que estão ali para passar um bom bocado e por outros 100 milhões de frustrados acéfalos que só sabem insultar quando não conseguem perceber. Preferem ir pelo caminho fácil porque, coitadinhos, não chegam mais mais e até um festival de canções é suficiente para despoletar o espírito suíno que desce em cada um. Já no ano passado toda a gente falava mal do Salvador, não porque fossem capazes de dizer, olha não gosto da música, não é o meu estilo, mas antes por causa do cabelo do rapaz, por causa da barba, por causa do casaco, por causa do não-se-quê, porque isso é que era muitíssimo importante, não era?
Lamento, mas de cada vez que ouço alguém seguir pelo caminho do insulto à cantora por causa de uma música que não gostam só penso no dinheiro que o Estado desperdiça com a educação destes animais da quinta e choro muito, que o dinheiro que todos os meses mando para as Finanças é todo gasto em literalmente merda com pernas.
Adiante.
Se calhar é do meu Semitismo assumido, mas parece que há sempre polémicas à volta de tudo o que meta Israel pelo meio. Ora porque a vitória foi política, ora porque foi pelo lobby, ora porque foi encomendado, ora porque é em Jerusalém, não, em Tel Aviv, não, não, em Jerusalém, porra mais a isto, já não se pode ganhar em paz.
Deixem-se de coisas, sim? Não é a ganhar a Eurovisão que se resolve nada e também não tem assim tanta força que possa mudar alguma coisa. Não sei se se lembram, mas aqui há 44 anos fez-se uma Revolução neste país usando como senha a canção que levámos à Eurovisão, demos-lhe uma conotação política e histórica como nunca nenhum país deu, e não foi por causa disso que ganhámos o que quer que seja, até há um ano atrás. Portanto, comei antes uma peça de fruta, pode ser?
Da derrota da canção portuguesa, nem me vou alongar muito. Achei injusto, porque a música nem era assim tão má nem estava assim tão mal interpretada que justificasse uma classificação tão rasca. Por amor de deus, levámos uma canção pimba DUAS VEZES à Eurovisão, mas estão a brincar comigo ou quê?! O mais triste é que este triste evento acaba por dar razão àquele invejoso do José Cid, que nunca naquela vida de triste ganhou o que quer que fosse e mesmo assim fala mal como se tivesse o rei na barriga, que não se calava a dizer que a música não prestava, como se ele e só ele pudessem alguma vez interpretar convenientemente os desígnios 'eurovisivos'. Porra mais a isto...
Por último, acho importante deixar uma nota acerca da música vencedora: ainda bem que, mesmo que não pareça, a mensagem que se pretende passar é uma imagem de força e empoderamento das mulheres. Aliás, é uma vitória para a diferença, porque, como já vimos, é muito mais relevante que ela seja gorda do que cante uma música alegre. pelo menos, e independentemente da qualidade da canção, não foi pela via fácil, como a coleguinha do Chipre, que tinha uma música de rebolanço, com direito a mamas, pernas e tudo à vista, na costumeira coisificação da figura feminina. Isso já não importa uma boi, não é, interessa é chamar nomes à garota.
Andamos há mais de um século a queimar sutiãs na rua, a lutar para poder votar e ganhar tanto como os homens e continuamos a calar e a achar muito normal que uma mulher seja enxovalhada porque tem um aspecto diferente, porque tem peso a mais ou a menos e nem pestanejamos quando vemos uma mulher a ser objectificada, porque isso é muito normal, ser gorda é que é mau para os rins, ser estúpido dá saúde.
Fiquemo-nos por aqui antes que isto se torne um discurso género farta-até-à-cona versão Eurovisão 2018.
A Eurovisão foi sempre, é sempre, será sempre um festival da música pop.
Claro que aparecem músicas de todos os estilos, mas eventualmente acabam sempre por vencer canções pop.
Há excepções, claro; Salvador Sobral e Lordi são dois nomes que surgem imediatamente na mente e que fogem a este paradigma, mas a esmagadora maioria centra-se na música pop.
E não há mal nenhum nisso.
Há pop muito mau e há pop muito bom. Calha que na Eurovisão só se veja maioritariamente pop muito mau, com muita perna de fora, mamas em todas as direcções, letras de treta e acordes que ferem os ouvidos.
Este ano não foi diferente.
Ou achavam que ia ser? Lá porque o Salvador ganhou com uma música diferente, a partir de agora já havia qualidade a rodos no festival, não querem lá ver?
Não, meus amigos.
Isto é só a Eurovisão a ser a Eurovisão. É o festival a ser o que sempre foi: uma agremiação de música ligeira, a que se dá a importância que tem durante os três dias de cada espectáculo e depois nunca mais ninguém se lembra disso até ao ano seguinte.
Serve essencialmente para passar um bom bocado e fazer amigos entre vários países, celebrando as diferenças dentro da união. E mais nada, não vale a pena enervarem-se muito.
Ganhou, portanto, Israel, o meu país preferido.
Não com a minha música preferida (já lá vamos), mas com uma vitória espectável.
'Toy' é o espírito pop-fácil da Eurovisão, tirado a papel químico, como diria a minha saudosa Avó. Lá está, é o que sempre foi. A rapariga é diferente e fez uma interpretação para lá de diferente, igual a si própria. Não vejo qual possa ser o espanto daquela vitória; afinal estava mais ou menos prevista, ou não viram as apostas ao longo de todo este mês que passou?
Agora, se me perguntarem, acho que há muita estupidez a vir à tona com a vitória da moça.
Aparentemente ninguém gosta da música, que é parva, que é música carrinho-de-choque, que não tem conteúdo e tal, que a gaja é uma badocha, que a música é horrível.
Pois a mim só me ficou no ouvido, a gaja é gorda.
E tanta gente que anda por aí só encher a boca a chamar gorda à miúda só porque não gostam da música.
Não há vergonha?? O que é que o aspecto tem a ver com a qualidade da música?
Parece-me que, afinal, a Eurovisão é vista por cerca de 100 milhões de pessoas que estão ali para passar um bom bocado e por outros 100 milhões de frustrados acéfalos que só sabem insultar quando não conseguem perceber. Preferem ir pelo caminho fácil porque, coitadinhos, não chegam mais mais e até um festival de canções é suficiente para despoletar o espírito suíno que desce em cada um. Já no ano passado toda a gente falava mal do Salvador, não porque fossem capazes de dizer, olha não gosto da música, não é o meu estilo, mas antes por causa do cabelo do rapaz, por causa da barba, por causa do casaco, por causa do não-se-quê, porque isso é que era muitíssimo importante, não era?
Lamento, mas de cada vez que ouço alguém seguir pelo caminho do insulto à cantora por causa de uma música que não gostam só penso no dinheiro que o Estado desperdiça com a educação destes animais da quinta e choro muito, que o dinheiro que todos os meses mando para as Finanças é todo gasto em literalmente merda com pernas.
Adiante.
Se calhar é do meu Semitismo assumido, mas parece que há sempre polémicas à volta de tudo o que meta Israel pelo meio. Ora porque a vitória foi política, ora porque foi pelo lobby, ora porque foi encomendado, ora porque é em Jerusalém, não, em Tel Aviv, não, não, em Jerusalém, porra mais a isto, já não se pode ganhar em paz.
Deixem-se de coisas, sim? Não é a ganhar a Eurovisão que se resolve nada e também não tem assim tanta força que possa mudar alguma coisa. Não sei se se lembram, mas aqui há 44 anos fez-se uma Revolução neste país usando como senha a canção que levámos à Eurovisão, demos-lhe uma conotação política e histórica como nunca nenhum país deu, e não foi por causa disso que ganhámos o que quer que seja, até há um ano atrás. Portanto, comei antes uma peça de fruta, pode ser?
Da derrota da canção portuguesa, nem me vou alongar muito. Achei injusto, porque a música nem era assim tão má nem estava assim tão mal interpretada que justificasse uma classificação tão rasca. Por amor de deus, levámos uma canção pimba DUAS VEZES à Eurovisão, mas estão a brincar comigo ou quê?! O mais triste é que este triste evento acaba por dar razão àquele invejoso do José Cid, que nunca naquela vida de triste ganhou o que quer que fosse e mesmo assim fala mal como se tivesse o rei na barriga, que não se calava a dizer que a música não prestava, como se ele e só ele pudessem alguma vez interpretar convenientemente os desígnios 'eurovisivos'. Porra mais a isto...
Por último, acho importante deixar uma nota acerca da música vencedora: ainda bem que, mesmo que não pareça, a mensagem que se pretende passar é uma imagem de força e empoderamento das mulheres. Aliás, é uma vitória para a diferença, porque, como já vimos, é muito mais relevante que ela seja gorda do que cante uma música alegre. pelo menos, e independentemente da qualidade da canção, não foi pela via fácil, como a coleguinha do Chipre, que tinha uma música de rebolanço, com direito a mamas, pernas e tudo à vista, na costumeira coisificação da figura feminina. Isso já não importa uma boi, não é, interessa é chamar nomes à garota.
Andamos há mais de um século a queimar sutiãs na rua, a lutar para poder votar e ganhar tanto como os homens e continuamos a calar e a achar muito normal que uma mulher seja enxovalhada porque tem um aspecto diferente, porque tem peso a mais ou a menos e nem pestanejamos quando vemos uma mulher a ser objectificada, porque isso é muito normal, ser gorda é que é mau para os rins, ser estúpido dá saúde.
Fiquemo-nos por aqui antes que isto se torne um discurso género farta-até-à-cona versão Eurovisão 2018.
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Posição Doutrinária
Eu e a Eurovisão
Há cerca de 25 anos que me dou ao trabalho de ver a Eurovisão.
Todos os anos.
Acho graça, fazer o quê?
Passei estes últimos 24 anos a achar que nunca na vida iríamos ganhar um terceiro lugar neste certame (adoro este linguajar de feira de gado), quanto mais sairmos vencedores da dita coisa. Mas parece que os votantes tinham outra ideia e o Salvador trouxe o troféu para casa no ano passado. apesar de não ser uma música da minha predilecção e de não simpatizar imediatamente com o intérprete, entendo que é um belo momento musical, que o poema é forte e com personalidade e tem um timbre muito próprio e muito original. E ficámos na história da Eurovisão como um dos vencedores e é isso que interessa.
Portanto, passei o último ano a esfregar as mãozinhas porque, FINALMENTE, CARALHO, íamos ter cá a porra do festival. Ia poder ver a preparação, as semi-finais, a grande final, tudo aqui ao lado, porque, pela primeira vez desde sempre (e provavelmente a última), o festival ia ser nesta terra onde Judas perdeu as botas.
Porém, o que é que sucede aqui a esta avestruz no preciso dia em que tem lugar a Eurovisão em Portugal?
Esta avestruz tinha um casamento.
Não era um casamento qualquer, é preciso dizê-lo; era um casamento de uma grande amiga, um evento muito esperado e muito sonhado (mais pela noiva que por mim, como parece óbvio) e, com elevada probabilidade, o último casamento a que irei comparecer nesta década (talvez mais), porquanto os meus amigos e familiares gostam mais da união de facto do que o Presidente gosta de tirar fotos, portanto nunca mais me safo com outro. Não me passaria pela cabeça faltar a este evento ou sair mais cedo de uma festa (muitíssimo porreira, por acaso) para ir, feita geek, ver a Eurovisão. Embora tenha de facto pensado nisso, mas enfim.
Foquemos-nos na ironia da vida, contemplemo-la por uns minutos e sigamos com o queixume.
Todos os anos.
Acho graça, fazer o quê?
Passei estes últimos 24 anos a achar que nunca na vida iríamos ganhar um terceiro lugar neste certame (adoro este linguajar de feira de gado), quanto mais sairmos vencedores da dita coisa. Mas parece que os votantes tinham outra ideia e o Salvador trouxe o troféu para casa no ano passado. apesar de não ser uma música da minha predilecção e de não simpatizar imediatamente com o intérprete, entendo que é um belo momento musical, que o poema é forte e com personalidade e tem um timbre muito próprio e muito original. E ficámos na história da Eurovisão como um dos vencedores e é isso que interessa.
Portanto, passei o último ano a esfregar as mãozinhas porque, FINALMENTE, CARALHO, íamos ter cá a porra do festival. Ia poder ver a preparação, as semi-finais, a grande final, tudo aqui ao lado, porque, pela primeira vez desde sempre (e provavelmente a última), o festival ia ser nesta terra onde Judas perdeu as botas.
Porém, o que é que sucede aqui a esta avestruz no preciso dia em que tem lugar a Eurovisão em Portugal?
Esta avestruz tinha um casamento.
Não era um casamento qualquer, é preciso dizê-lo; era um casamento de uma grande amiga, um evento muito esperado e muito sonhado (mais pela noiva que por mim, como parece óbvio) e, com elevada probabilidade, o último casamento a que irei comparecer nesta década (talvez mais), porquanto os meus amigos e familiares gostam mais da união de facto do que o Presidente gosta de tirar fotos, portanto nunca mais me safo com outro. Não me passaria pela cabeça faltar a este evento ou sair mais cedo de uma festa (muitíssimo porreira, por acaso) para ir, feita geek, ver a Eurovisão. Embora tenha de facto pensado nisso, mas enfim.
Foquemos-nos na ironia da vida, contemplemo-la por uns minutos e sigamos com o queixume.
sexta-feira, 11 de maio de 2018
Novo Vício - Parte II
Não sendo nenhuma grande produção, é verdadeiramente
refrescante e tendencialmente enternecedora.
Muito bom.
sexta-feira, 4 de maio de 2018
Ai Sim?
É só a mim que há a infelicidade de calhar a desgravação de julgamento com testemunha muito sabedora, é preciso dizê-lo, mas muitíssimo gaga, tão gaga que nem sei se hei-de substituir todas as palavras ditas por reticências?
Pois, pelos vistos é só a mim, mesmo.
Pois, pelos vistos é só a mim, mesmo.
Avicii
No meio de tanto esquecimento, desapareceu uma figura que estava entre as minhas simpatias.
Não que fosse transversal ou unânime, mas considerava-o muito talentoso e, apesar de não seguir o estilo com muito afinco, creio que veio dar uma lufada de ar fresco ao género.
A obra imortaliza o artista e de certeza que é o que sucederá neste caso.
Não que fosse transversal ou unânime, mas considerava-o muito talentoso e, apesar de não seguir o estilo com muito afinco, creio que veio dar uma lufada de ar fresco ao género.
A obra imortaliza o artista e de certeza que é o que sucederá neste caso.
quinta-feira, 3 de maio de 2018
Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve
É, sem dúvida, o melhor dos quatro volumes.
Não que os outros não sejam bons, que são, mas este é especial, pelo culminar da história e pelo brilhantismo da descrição.
O relato da Batalha de Waterloo é soberbo. Quem lê sente-se realmente levado numa máquina do tempo para assistir ao confronto. Tudo é minuciosamente descrito sem pesar, nem aborrecer.
Um dos livros que tive realmente pena de acabar.
Excelente.
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