Dos Incidentes, Pareceres e Vicissitudes várias. Porque "Quando a ralé se põe a pensar, está tudo perdido", lá dizia Voltaire...
domingo, 31 de agosto de 2014
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Wedding Arrangements - Parte 21
Ele há pessoas a quem lhes falta a vitamina da educação.
Antes, achava que a educação era uma coisa que se ensinava, que se aprendia em casa e na escola, enquanto se é petiz e que nos serve pela vida fora, para não sermos desagradáveis e estúpidos uns com os outros. Quando via alguém a ser malcriado, partia imediatamente do pressuposto que haviam faltado a umas boas aulas ou que os paizinhos se estavam marimbando para eles e não lhes proporcionaram a devida assistência educacional.
Agora que já vi mais coisas do mundo, posso afirmar, com toda a certeza, que estava errada, e hoje é dia de festa, a minha pessoa a admitir que estava errada, senhores que vai cair um santo de um qualquer altar, dia memorável, este.
A educação é uma enzima, uma vitamina, uma célula, um átomo, uma merda qualquer, que nasce com as pessoas, que faz parte do seu material genético. Tal componente é aperfeiçoado em casa e através do ensino. Porém, não é possível aperfeiçoar o que é inexistente. Algumas pessoas nascem sem este elemento e, como tal, não se podem construir paredes e tecto onde não há fundações.
Esta foi a conclusão de alguns anos de observação atenta, particularmente nos último meses.
Deixando de lado as tretas e passando a malhar, que há pessoas quem têm de trabalhar o que, já se viu, não é claramente o meu caso, que sou uma folgada de vida boa.
Meus amores, a ver se nos entendemos: ao serem convidados para um casamento, não apenas os noivos têm muito gosto que se lhes juntem neste momento de felicidade e alegria, como também são convidados num outro sentido, que é ocuparem o lugar que lhes pertence. Que é o lugar do convidado. Só.
Mandarem palpites sobre os mais diversos aspectos da organização daquele dia é uma prerrogativa que que está reservada para um grupo muito restrito de pessoas, como sejam os pais, os padrinhos (not), eventualmente a família (mesmo muito) chegada. Encabeçada pelos próprios nubentes, obviamente.
Podem guardar os palpites e outros arremessos que tais para o vosso próprio casamento ou para outra ocasião em que sejam vossas mercês a despender tempo e dinheiro para organizar.
Por exemplo, quando recebem pessoas na vossa casa, tipo a sogra ou aquela prima afastada que vos ofereceu um naperon para pôr na chapeleira do carro. Ou quando vão passear ao fim-de-semana ao shopping e levam as criancinhas todas a gritar dentro dos carrinhos.
No casamento dos outros, é que não dá lá muito jeito.
Portanto, e como é notório que vos falta aquela célula de ADN que não permite que os conceitos de educação, civilidade e urbanidade penetrem nos vossos sistemas, não vale a pena estarem com grandes discursos ou mesmo ultimatos sobre o lugar onde se querem sentar porque, meu queridos, isto não é à vontade do corpo.
Já sei que têm não-sei-quantos problemas psicológicos porque não se querem sentar ao pé de não-sei-quem com quem não falam, porque querem ficar ao lado da noiva ou ao lado da prima do noivo, porque não querem ficar numa mesa na ponta da sala, porque não querem ficar numa mesa no meio da sala ou outro problema do foro anal qualquer que vos surja no momento.
Estou familiarizada com todas essas questões que vos incomodam.
E sou sensível a elas no momento em que tal for relevante, acreditem.
Que é o mesmo que dizer, vocês sentam-se onde eu mandar e mais nada.
Porque onde vos mandar sentar já está preparado para todas as eventualidades que as vossas maleitas psiquiátricas necessitam. Caso não queiram, podem sempre pegar no prato e ir comer lá para fora.
Ou isso ou uma mesa ao pé do WC, que dá sempre jeito.
Que vos parece?
Antes, achava que a educação era uma coisa que se ensinava, que se aprendia em casa e na escola, enquanto se é petiz e que nos serve pela vida fora, para não sermos desagradáveis e estúpidos uns com os outros. Quando via alguém a ser malcriado, partia imediatamente do pressuposto que haviam faltado a umas boas aulas ou que os paizinhos se estavam marimbando para eles e não lhes proporcionaram a devida assistência educacional.
Agora que já vi mais coisas do mundo, posso afirmar, com toda a certeza, que estava errada, e hoje é dia de festa, a minha pessoa a admitir que estava errada, senhores que vai cair um santo de um qualquer altar, dia memorável, este.
A educação é uma enzima, uma vitamina, uma célula, um átomo, uma merda qualquer, que nasce com as pessoas, que faz parte do seu material genético. Tal componente é aperfeiçoado em casa e através do ensino. Porém, não é possível aperfeiçoar o que é inexistente. Algumas pessoas nascem sem este elemento e, como tal, não se podem construir paredes e tecto onde não há fundações.
Esta foi a conclusão de alguns anos de observação atenta, particularmente nos último meses.
Deixando de lado as tretas e passando a malhar, que há pessoas quem têm de trabalhar o que, já se viu, não é claramente o meu caso, que sou uma folgada de vida boa.
Meus amores, a ver se nos entendemos: ao serem convidados para um casamento, não apenas os noivos têm muito gosto que se lhes juntem neste momento de felicidade e alegria, como também são convidados num outro sentido, que é ocuparem o lugar que lhes pertence. Que é o lugar do convidado. Só.
Mandarem palpites sobre os mais diversos aspectos da organização daquele dia é uma prerrogativa que que está reservada para um grupo muito restrito de pessoas, como sejam os pais, os padrinhos (not), eventualmente a família (mesmo muito) chegada. Encabeçada pelos próprios nubentes, obviamente.
Podem guardar os palpites e outros arremessos que tais para o vosso próprio casamento ou para outra ocasião em que sejam vossas mercês a despender tempo e dinheiro para organizar.
Por exemplo, quando recebem pessoas na vossa casa, tipo a sogra ou aquela prima afastada que vos ofereceu um naperon para pôr na chapeleira do carro. Ou quando vão passear ao fim-de-semana ao shopping e levam as criancinhas todas a gritar dentro dos carrinhos.
No casamento dos outros, é que não dá lá muito jeito.
Portanto, e como é notório que vos falta aquela célula de ADN que não permite que os conceitos de educação, civilidade e urbanidade penetrem nos vossos sistemas, não vale a pena estarem com grandes discursos ou mesmo ultimatos sobre o lugar onde se querem sentar porque, meu queridos, isto não é à vontade do corpo.
Já sei que têm não-sei-quantos problemas psicológicos porque não se querem sentar ao pé de não-sei-quem com quem não falam, porque querem ficar ao lado da noiva ou ao lado da prima do noivo, porque não querem ficar numa mesa na ponta da sala, porque não querem ficar numa mesa no meio da sala ou outro problema do foro anal qualquer que vos surja no momento.
Estou familiarizada com todas essas questões que vos incomodam.
E sou sensível a elas no momento em que tal for relevante, acreditem.
Que é o mesmo que dizer, vocês sentam-se onde eu mandar e mais nada.
Porque onde vos mandar sentar já está preparado para todas as eventualidades que as vossas maleitas psiquiátricas necessitam. Caso não queiram, podem sempre pegar no prato e ir comer lá para fora.
Ou isso ou uma mesa ao pé do WC, que dá sempre jeito.
Que vos parece?
Reminiscências # 14
E nada, mas nada, a fazia mais orgulhosa que ouvir, mesmo que da boca de um mero conhecido, 'és tal e qual a tua Avó'.
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Das Coisas fora dos limites do 202º CC
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Wedding Arrangements - Parte 19
Acabei de me lembrar.
Por imposições cabeleirísticas, não posso cortar o cabelo até ao casamento.
O que faz com que já esteja praticamente há um ano sem cortar a melena.
O que é um verdadeiro record.
O que significa que, naquele dia, vou mascarada de cigana.
Por imposições cabeleirísticas, não posso cortar o cabelo até ao casamento.
O que faz com que já esteja praticamente há um ano sem cortar a melena.
O que é um verdadeiro record.
O que significa que, naquele dia, vou mascarada de cigana.
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Vide artº 1577º do Código Civil
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Cinema Nº ... Qualquer Coisa
Ahh, os franceses, os franceses...
Qualquer história parva é transformada numa obra de arte.
Espirituoso e leve.
Muito bom.
Qualquer história parva é transformada numa obra de arte.
Espirituoso e leve.
Muito bom.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Leituras ... Qualquer Coisa Serve
Envolvente, emocionante como se não se conhecesse a história, leve e, simultaneamente, completo com tanto pormenor.
Muito bom.
Recomendo vivamente.
Muito bom.
Recomendo vivamente.
Sem Tirar nem Pôr
" Israel está cada vez mais sozinha. É fisicamente atacada pelos foguetes do Hamas mas é internacionalmente atacada por defender-se. Sim, os foguetes israelitas são mais poderosos e mortíferos do que os do Hamas. Mas se fosse ao contrário acham que o Hamas não usaria os foguetes mais assassinos para atacar Israel? Acham que o Hamas alguma vez os usaria só para contra-atacar, depois de um ataque israelita?
Israel tem aproximadamente um amigo estrangeiro por cada mil amigos que têm os palestinianos. Nas guerras, é preciso ser-se de um lado ou de outro. Nas guerras pelos underdogs, basta fazer contas para perceber que, de todos os pontos de vista numéricos, geográficos e políticos, é Israel que é o underdog.
Por cada cem israelitas que querem um estado da Palestina quantos palestinianos querem Israel ao lado da Palestina? Um. Só os mais inteligentes e humanistas. Felizmente ainda são bastantes. Mas não são do Hamas.
É preciso escolher Israel – tanto pela causa de Israel como pela nossa.
O resto é cobardia, aldrabice, desprezo e estupidez. "
Miguel Esteves Cardoso in Público
Não sou grande fã do MEC, mas desta vez tiro-lhe o meu chapéu.
Há mais de uma guerra. Nesta guerra mais recente, a maioria (mas nunca a totalidade) dos israelitas está de um lado e do outro estão o Hamas e a maioria (mas nunca a totalidade) dos palestinianos.
Na guerra mais antiga, de um lado, está Israel e os aliados democráticos, cada vez mais titubeantes, que tem. E, do outro, estão todos os imensos países árabes mais o Irão e todos os outros países islâmicos.Israel tem aproximadamente um amigo estrangeiro por cada mil amigos que têm os palestinianos. Nas guerras, é preciso ser-se de um lado ou de outro. Nas guerras pelos underdogs, basta fazer contas para perceber que, de todos os pontos de vista numéricos, geográficos e políticos, é Israel que é o underdog.
Por cada cem israelitas que querem um estado da Palestina quantos palestinianos querem Israel ao lado da Palestina? Um. Só os mais inteligentes e humanistas. Felizmente ainda são bastantes. Mas não são do Hamas.
É preciso escolher Israel – tanto pela causa de Israel como pela nossa.
O resto é cobardia, aldrabice, desprezo e estupidez. "
Miguel Esteves Cardoso in Público
Não sou grande fã do MEC, mas desta vez tiro-lhe o meu chapéu.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Wedding Arrangements - Parte 17
Porra bem grande onde pendurar os nomes das mesas e das pessoas que lá sentarão seus ilustres cus - check!
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Vide artº 1577º do Código Civil
Apetece-me Grandemente Ser Porca # 49
Uma das grandes vantagens de se ser superior hierárquico é, sem dúvida, poder delegar. Principalmente as tarefas chatas. Nada há de melhor e, diga-se, mais português, do que mandar os outros fazer trabalhos de merda enquanto que se fica com a parte boa, que é, normalmente, coçar a micose enquanto se espera que a coisa apareça feita.
Porém, e porque esta espelunca está muito longe de ser uma grande sociedade, ao estilo de Liberdade XXI, em tempo de férias, o trabalho é redistribuído e quando o subalterno vai de férias e o superior arrota com os costados no escritório, é a este último que retomam os trabalhos de sapa que foram delegados.
Ao verificar o expediente de hoje, observo no meu estendal um processo que deleguei, cujo trabalho consistia em, basicamente, contactar um ilustre colega que é, vá, na pureza dos conceitos, podre de giro e bom nas horas. Já se encontrando a minha pessoa extremamente bem fornecida nessa sede, alegremente entreguei o trabalho à ilustre estagiária, moça mui prendada e em idade casadoira, na esperança que dali saísse um belo de um romance, do qual poderia, mais tarde, recolher os louros por ter dado um empurrão a tamanha felicidade. A dita moça, em vez de fazer o trabalho indicado, protela a tarefa até à altura de ir ela própria de férias, para, depois, remeter-me novamente o processo. Tradução: a badalhoca, porque teve vergonha de falar com o gajo, não quis fazer o contacto. Merda mais a isto.
De má vontade, lá pego na porra dos papéis, à procura do número de telefone da besta. Qual não é o meu espanto quando, no meio da balbúrdia de papéis, encontro uma folha com as trombas do colega, que de facto, é um belo exemplar masculino, não restem dúvidas quanto a isso, mas essa não é a questão em cima da mesa.
Quem, senhores, quem é que sabe perder tempo a imprimir uma puta de uma folha com a fotografia do gajo, mas não pega no telefone para falar com ele e fechar o acordo?! Quase que podia ouvir o risinho parvo daquela gaja, a buzinar no meu ouvido.
Moral da história: nunca se armem em casamenteiros. Só arranjam sarna para se coçarem.
Porém, e porque esta espelunca está muito longe de ser uma grande sociedade, ao estilo de Liberdade XXI, em tempo de férias, o trabalho é redistribuído e quando o subalterno vai de férias e o superior arrota com os costados no escritório, é a este último que retomam os trabalhos de sapa que foram delegados.
Ao verificar o expediente de hoje, observo no meu estendal um processo que deleguei, cujo trabalho consistia em, basicamente, contactar um ilustre colega que é, vá, na pureza dos conceitos, podre de giro e bom nas horas. Já se encontrando a minha pessoa extremamente bem fornecida nessa sede, alegremente entreguei o trabalho à ilustre estagiária, moça mui prendada e em idade casadoira, na esperança que dali saísse um belo de um romance, do qual poderia, mais tarde, recolher os louros por ter dado um empurrão a tamanha felicidade. A dita moça, em vez de fazer o trabalho indicado, protela a tarefa até à altura de ir ela própria de férias, para, depois, remeter-me novamente o processo. Tradução: a badalhoca, porque teve vergonha de falar com o gajo, não quis fazer o contacto. Merda mais a isto.
De má vontade, lá pego na porra dos papéis, à procura do número de telefone da besta. Qual não é o meu espanto quando, no meio da balbúrdia de papéis, encontro uma folha com as trombas do colega, que de facto, é um belo exemplar masculino, não restem dúvidas quanto a isso, mas essa não é a questão em cima da mesa.
Quem, senhores, quem é que sabe perder tempo a imprimir uma puta de uma folha com a fotografia do gajo, mas não pega no telefone para falar com ele e fechar o acordo?! Quase que podia ouvir o risinho parvo daquela gaja, a buzinar no meu ouvido.
Moral da história: nunca se armem em casamenteiros. Só arranjam sarna para se coçarem.
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
A Importância de uma Pinça na Vida de uma Mulher
A palavra é dada a trocadilhos, especialmente se lhe tirarmos aquele 'n' que paira ali entre o 'i' e o 'ç'; no entanto, este esboço nada tem a ver com objectos fálicos.
Aqui há coisa de um ano e meio / dois anos, que já nem sei a quantas ando, qual velha que só recorda o que aconteceu antes da Revolução, perdi a minha pinça de estimação. A pinça que me permitia ter sempre as pilosidades das sobrancelhas alinhadas, simétricas e arrumadas desapareceu e deixou em mim um vazio tremendo. Desde então, a minha existência tem sido uma constante demanda pela pinça perfeita, sem grande resultado. Perdi a conta às pinças que entretanto fui adquirindo, na vã esperança que as novas aquisições estivessem à altura da primogénita, que durante anos me acompanhou e que deu às minhas trombas um ar minimamente decente. As substitutas deram apenas um pequeno contributo para manter a celha mais ou menos alinhada, mais ou menos simétrica, mais ou menos arrumada. Nada que se comparasse à velha pinça, esse colosso da história da depilação, comprada numa loja de produtos superiores e que me custou os olhos da cara, ou não fossem as lojas chinesas o arquétipo do luxo em todos os produtos que vendem.
Dei muitas voltas à cabeça a pensar onde poderei ter deixado semelhante artefacto, voltando constantemente aos lugares onde a poderei ter perdido. Nada. Imaginei que alguém, vendo tanta riqueza num objecto tão magnifico, se tivesse abotoado com ela. Cheguei, inclusive, a raptar elementos familiares, torturando-os sem piedade, tudo com o intuito de recuperar a minha menina dos milagres pilosos. Rien de rien. Por fim, resignei-me à perda definitiva e encerrei-me num luto pesado e sem retorno.
Ontem, arrumando as tralhas do regresso, colocando inadvertidamente a mão num bolso escondido de uma qualquer maleta que levei comigo, apalpei uma saliência metálica e, qual não é o espanto da minha pessoa, quando, na palma da minha mão, surge, brilhante e fulgurante, a minha adorada pinça.
Lágrimas assomaram meus olhos, alegria palpitou em meu peito, felicidade suprema atingida no meu ser!
De volta a filha pródiga, posso finalmente ter uma aparência novamente decente.
A demanda chegou ao fim. Encontrei o meu graal. Já posso ir lá para fora brincar.
Agora que penso nisso, tirai, de facto aquele 'n' que paira ali entre o 'i' e o 'ç' e tendes uma bela alegoria.
Aqui há coisa de um ano e meio / dois anos, que já nem sei a quantas ando, qual velha que só recorda o que aconteceu antes da Revolução, perdi a minha pinça de estimação. A pinça que me permitia ter sempre as pilosidades das sobrancelhas alinhadas, simétricas e arrumadas desapareceu e deixou em mim um vazio tremendo. Desde então, a minha existência tem sido uma constante demanda pela pinça perfeita, sem grande resultado. Perdi a conta às pinças que entretanto fui adquirindo, na vã esperança que as novas aquisições estivessem à altura da primogénita, que durante anos me acompanhou e que deu às minhas trombas um ar minimamente decente. As substitutas deram apenas um pequeno contributo para manter a celha mais ou menos alinhada, mais ou menos simétrica, mais ou menos arrumada. Nada que se comparasse à velha pinça, esse colosso da história da depilação, comprada numa loja de produtos superiores e que me custou os olhos da cara, ou não fossem as lojas chinesas o arquétipo do luxo em todos os produtos que vendem.
Dei muitas voltas à cabeça a pensar onde poderei ter deixado semelhante artefacto, voltando constantemente aos lugares onde a poderei ter perdido. Nada. Imaginei que alguém, vendo tanta riqueza num objecto tão magnifico, se tivesse abotoado com ela. Cheguei, inclusive, a raptar elementos familiares, torturando-os sem piedade, tudo com o intuito de recuperar a minha menina dos milagres pilosos. Rien de rien. Por fim, resignei-me à perda definitiva e encerrei-me num luto pesado e sem retorno.
Ontem, arrumando as tralhas do regresso, colocando inadvertidamente a mão num bolso escondido de uma qualquer maleta que levei comigo, apalpei uma saliência metálica e, qual não é o espanto da minha pessoa, quando, na palma da minha mão, surge, brilhante e fulgurante, a minha adorada pinça.
Lágrimas assomaram meus olhos, alegria palpitou em meu peito, felicidade suprema atingida no meu ser!
De volta a filha pródiga, posso finalmente ter uma aparência novamente decente.
A demanda chegou ao fim. Encontrei o meu graal. Já posso ir lá para fora brincar.
Agora que penso nisso, tirai, de facto aquele 'n' que paira ali entre o 'i' e o 'ç' e tendes uma bela alegoria.
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O Direito tornou-me inimputável
Leituras ... Qualquer Coisa Serve
Bolas, que este estava difícil de acabar...
Não deixando, de forma alguma, de ser fã de Scarrow, confesso que este livro não me entusiasmou por aí além. Mesmo com acção com fartura, não cativa, é aborrecido amiúde e o personagem do vilão é tão parvo que se torna previsível e idiótico.
Pode ser que o próximo volume de Cato e Macro seja melhor.
Não deixando, de forma alguma, de ser fã de Scarrow, confesso que este livro não me entusiasmou por aí além. Mesmo com acção com fartura, não cativa, é aborrecido amiúde e o personagem do vilão é tão parvo que se torna previsível e idiótico.
Pode ser que o próximo volume de Cato e Macro seja melhor.
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
terça-feira, 12 de agosto de 2014
Nonsense Talking Nº ... Qualquer Coisa
- Bom dia.
- Bom dia. Faça favor?
- Tenho um apontamento marcado com o Dr. X.
- Com certeza. Aguarde um pouco na sala, por favor.
Nem preciso de perguntar de onde veio a senhora.
Afinal, não é só o direito que deixa as pessoas inimputáveis; as Franças também.
- Bom dia. Faça favor?
- Tenho um apontamento marcado com o Dr. X.
- Com certeza. Aguarde um pouco na sala, por favor.
Nem preciso de perguntar de onde veio a senhora.
Afinal, não é só o direito que deixa as pessoas inimputáveis; as Franças também.
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Piadas de Propriedade Privada
Cinema Nº ... Coiso
Tremendo.
Interpretação extraordinária de Hoffman. Como tudo o que ele fazia, aliás.
Frustração gigante no final que não tira o encanto.
Muito, muito bom.
Interpretação extraordinária de Hoffman. Como tudo o que ele fazia, aliás.
Frustração gigante no final que não tira o encanto.
Muito, muito bom.
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Wedding Arrangements - Parte 16
A verdade é que tenho muito pouca experiência na área, confesso.
Não percebo nada disto, não sei o que é suposto fazer, nem como reagir, nem sequer o que esperar.
Talvez esteja a lidar com as coisas dando-lhes demasiada importância, transformando-as em camiões quando têm o tamanho de formigas, talvez esteja a agir com uma ligeireza absurda, assobiando para o lado para não ver o cogumelo nuclear mesmo ali à frente. Não sei. Nem quero saber, a bem da verdade.
Porém, fico um pouco aturdida com a atitude das pessoas face aos convites que lhes são entregues.
Não sei dizer, que hoje também não sei nada, rai's ma partam, se é da confiança que têm com quem os convida, se é da parvoíce intrínseca, se é da falta de vergonha, de educação ou se outro nutriente qualquer, mas a verdade é que ocorrem fenómenos deveras estranhos, e atentai que já tenho ouvido falar em paranormalidades no que a casamentos diz respeito, parece que a ocasião pede estranheza e não há nada melhor que um casório para espalhar toneladas de surrealidade.
Tomando umas notas mentais, tenho que perguntar aos que já casaram se também lhes ocorreram estes fenómenos aquando da sua data... Será que é normal e eu, feita ursa empalhada, é que acho estúpido? Será que o erro é de quem convida que não se precaveu devidamente para estes acontecimentos? Será que não é assim tão estranho? Casados deste mundo, ajudai uma alma quebrada!
Posto isto, deixando a conversa da treta, que já vai longa e há quem tenha mais que fazer e sítios para onde ir, não é claramente o meu caso, que estando no local de trabalho, trabalho é coisa que não me assiste neste momento, ficou a minha pessoa positivamente fodida, estava a tentar escapar ao verbo foder, embora relativamente adequado no que a casamentos diz respeito, mas pouco educado no que concerne a linguagem, olha que se foda, vai mesmo assim, com o fenómeno (recente, que sou novata nestas andanças) de entregar o convitezinho, todo bonitinho, todo paneleiro, devidamente identificado, com os destinatários todos discriminados e, do outro lado, à velocidade de TGV, salta de lá a pergunta do 'e o meu namorado/marido/gajo-que-ando-a-comer-há-3-meses/filho/enteado/gato/cão/whatever, também pode ir?'
Oi?!
Pode ir?
Mas ir onde, à fonte buscar água?
Então mas ... Mas, mas ... está no convite o nome dos destinatários, é preciso ser mais explícito que isto?
Não? Sou eu que sou palhaça? Encontro-me demasiado aturdida para articular um discurso mais coerente.
Já me deparei com esta situação por duas vezes.
Julguei que estavam a brincar comigo.
Depois percebi que era a sério e fiquei sem saber o que dizer.
Acho só ligeiramente mal-educado e fiquei um bocadinho chateada. Que é como quem diz, mas qu'éssa merda, caralho?
Digam-me só se é normal ou não, por favor. E expliquem-me se a normalidade consiste na pergunta por parte dos convidados, que é legitima e vem em tempo, e a minha pessoa é que é das beiras e lá estas coisas não se usam, ou se, por outro lado, estou a ser vítima da falta de porrada que os outros deveriam ter tido em crianças.
Não percebo nada disto, não sei o que é suposto fazer, nem como reagir, nem sequer o que esperar.
Talvez esteja a lidar com as coisas dando-lhes demasiada importância, transformando-as em camiões quando têm o tamanho de formigas, talvez esteja a agir com uma ligeireza absurda, assobiando para o lado para não ver o cogumelo nuclear mesmo ali à frente. Não sei. Nem quero saber, a bem da verdade.
Porém, fico um pouco aturdida com a atitude das pessoas face aos convites que lhes são entregues.
Não sei dizer, que hoje também não sei nada, rai's ma partam, se é da confiança que têm com quem os convida, se é da parvoíce intrínseca, se é da falta de vergonha, de educação ou se outro nutriente qualquer, mas a verdade é que ocorrem fenómenos deveras estranhos, e atentai que já tenho ouvido falar em paranormalidades no que a casamentos diz respeito, parece que a ocasião pede estranheza e não há nada melhor que um casório para espalhar toneladas de surrealidade.
Tomando umas notas mentais, tenho que perguntar aos que já casaram se também lhes ocorreram estes fenómenos aquando da sua data... Será que é normal e eu, feita ursa empalhada, é que acho estúpido? Será que o erro é de quem convida que não se precaveu devidamente para estes acontecimentos? Será que não é assim tão estranho? Casados deste mundo, ajudai uma alma quebrada!
Posto isto, deixando a conversa da treta, que já vai longa e há quem tenha mais que fazer e sítios para onde ir, não é claramente o meu caso, que estando no local de trabalho, trabalho é coisa que não me assiste neste momento, ficou a minha pessoa positivamente fodida, estava a tentar escapar ao verbo foder, embora relativamente adequado no que a casamentos diz respeito, mas pouco educado no que concerne a linguagem, olha que se foda, vai mesmo assim, com o fenómeno (recente, que sou novata nestas andanças) de entregar o convitezinho, todo bonitinho, todo paneleiro, devidamente identificado, com os destinatários todos discriminados e, do outro lado, à velocidade de TGV, salta de lá a pergunta do 'e o meu namorado/marido/gajo-que-ando-a-comer-há-3-meses/filho/enteado/gato/cão/whatever, também pode ir?'
Oi?!
Pode ir?
Mas ir onde, à fonte buscar água?
Então mas ... Mas, mas ... está no convite o nome dos destinatários, é preciso ser mais explícito que isto?
Não? Sou eu que sou palhaça? Encontro-me demasiado aturdida para articular um discurso mais coerente.
Já me deparei com esta situação por duas vezes.
Julguei que estavam a brincar comigo.
Depois percebi que era a sério e fiquei sem saber o que dizer.
Acho só ligeiramente mal-educado e fiquei um bocadinho chateada. Que é como quem diz, mas qu'éssa merda, caralho?
Digam-me só se é normal ou não, por favor. E expliquem-me se a normalidade consiste na pergunta por parte dos convidados, que é legitima e vem em tempo, e a minha pessoa é que é das beiras e lá estas coisas não se usam, ou se, por outro lado, estou a ser vítima da falta de porrada que os outros deveriam ter tido em crianças.
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Vide artº 1577º do Código Civil
Críptico
Alturas existiram em que percebia e gostava.
Depois, comecei a deixar de perceber, mas não comecei a deixar de gostar.
Após isso, deixei de perceber completamente e, mesmo assim, não deixei de gostar.
Agora deixei de perceber e de gostar.
Mais do que isto também não vale a pena.
Depois, comecei a deixar de perceber, mas não comecei a deixar de gostar.
Após isso, deixei de perceber completamente e, mesmo assim, não deixei de gostar.
Agora deixei de perceber e de gostar.
Mais do que isto também não vale a pena.
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O Direito tornou-me inimputável
Do Existêncialismo - V
Nas terras normais, costumam dizer 'frei nabiça, tudo o que vê cobiça' (ou com a variante Maria em vez do frei).
Em terras anglo-saxónicas, aplica-se o monkey see, monkey do.
Minha ilustre Mãe não tem tempo para provérbios, por isso chama logo garganeiro/a (mesmo sem ter muito a ver, há que desculpar, é do ar da serra), e está o assunto arrumado.
Porém, na Margem Sul, têm uma expressão muito melhor: não podem ver uma camisa lavada a um pobre.
E era só isto.
Em terras anglo-saxónicas, aplica-se o monkey see, monkey do.
Minha ilustre Mãe não tem tempo para provérbios, por isso chama logo garganeiro/a (mesmo sem ter muito a ver, há que desculpar, é do ar da serra), e está o assunto arrumado.
Porém, na Margem Sul, têm uma expressão muito melhor: não podem ver uma camisa lavada a um pobre.
E era só isto.
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Posição Doutrinária
Cinema Nº ... Coiso
Não podia deixar de ir ver este filme.
Confesso que pensei que ia levar uma banhada de todo o tamanho, mas fui surpreendida.
O argumento é muito vivido, inteligente e cru, mostrando uma realidade que não passa nas televisões ocidentais.
As interpretações são magníficas, ainda para mais feitas por não profissionais.
A história que serve de base ao filme já toda a gente conhece; os pormenores desta realidade, que ficam habitualmente de fora, dão-lhe uma cor extraordinária.
Excelente.
Confesso que pensei que ia levar uma banhada de todo o tamanho, mas fui surpreendida.
O argumento é muito vivido, inteligente e cru, mostrando uma realidade que não passa nas televisões ocidentais.
As interpretações são magníficas, ainda para mais feitas por não profissionais.
A história que serve de base ao filme já toda a gente conhece; os pormenores desta realidade, que ficam habitualmente de fora, dão-lhe uma cor extraordinária.
Excelente.
Cinema Nº ... Coiso
Ao mesmo tempo, tocante e leve, divertido e sério, cómico e triste.
Excelente argumento adaptado, boas interpretações.
Mesmo, mesmo muito bom.
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