segunda-feira, 27 de julho de 2009

Adeus

Um dia, o poeta escreveu O que farei eu com este livro?

Depois de tantas páginas escritas, de sabor amargo e penas prescritas, de sonhos que se foram e memórias que ficam, de lágrimas que foram e sentimentos que ficam, o que sobra?
Passados os dias de infortúnio, as horas de angústia, os minutos de felicidade, fugaz, fugaz, o que fica para trás? Quem se leva, o que fica, os passos dados, os passos recuados, as horas, as horas...
Que tenho para contar? Que sobra para quem viveu mais num punhado de anos que em toda a vida somada, e que nem sabe descrever como foi?
Foi mau, foi bom, foi como foi, quem sabe como foi esteve lá, e viu. Viu o quê? O que há para ver no que passou? Difícil dizer adeus mesmo depois de tempos infinitos a tentar partir.
O que sobra, o que vi, quem levo, quem fica, quem nunca mais se vê, quem se vê sempre mas nada diz do que antes se conhecia?
Só interrogações, resposta alguma.

Que farei eu com a minha vida?

1 comentário:

Лев Давидович disse...

Tentar ser feliz.