Encaremos os factos : ninguém é santo. Ninguém tem paciência para semear o bem sem olhar a quem, ninguém gosta de dar a outra face quando leva uma bofa, ninguém tem sempre paciência para aturar toda a gente sem distinção. Não é humanamente possível. Felizmente, o mundo é um lugar diversificado e rico em escolhas, possibilitando uma data de caminhos a seguir. E providencia grandes quantidades de gente imprestável para servir as necessidades não santas de todos os seres humanos.
Sejamos francos: toda a gente tem alguém que não pode ver à frente. Alguém que mete raiva, que mete nojo, de tão estúpido, tão idiota que é. Ou por todos aqueles gestos de carinho e atenção que fizeram questão de fazer ao longos da vida. Impossível não ter um ódio de estimação.
Mais uma vez, o mundo, esse lugar maravilhoso, fornece todo um conjunto de gente cretina para odiar à vontade, sem remorsos.
Tornam-se as coisas diferentes quando há a oportunidade de, finalmente ou não, poder fazer alguma coisa que, simultaneamente, dê prazer a quem odeia, e deixe algo aborrecido o objecto do ódio. Como por exemplo, rir.
Rir, simplesmente.
Há coisas que fazem rir, coincidências e acasos da existência que nos fazem rir, que têm uma piada mórbida, irónica, estupidamente engraçada. Nomeadamente, ver alguém tropeçar, escorregar numa casca de banana, atropelar uma velha, ficar preso no trânsito, levar com alguma coisa na cabeça, engasgar-se com chá quente, ficar preso numa cabine de casa de banho, e por aí fora. Se for uma pessoa que se odeie a ter que passar por isto, individual ou conjuntamente, tanto melhor.
Há que hesitar quando se tem oportunidade de rir descaradamente na cara de quem sofre de algum destes infortúnios, sendo alguém a quem se deseja, mesmo que secretamente, uma morte lenta e dolorosa? Há que ter a complacência e educação de não rir, porque a desventuras deste tipo estamos todos sujeitos? Há que manter a postura e não alimentar problemas, por haver vontade de rir de uma situação tão normal como ficar preso nas portas do metro? Há que não dar azo a altercações por causa de coisinhas insignificantes?
Pois claro, há que ser decente, ter paciência, e não ser desleal, mesmo quando quem está em causa é alguém que se quer metido num balde de estrume até ao pescoço.
Já a seguir, como dizia o outro.
Coloque-se a questão noutros termos, então. Se fosse ao contrário? Se fosse o próprio a cair num buraco, a chocar de nariz contra um poste, a ficar preso num estacionamento porque a saída está bloqueada, a meter os pezinhos numa poça de lama, a perder o metro por 2 segundos, e a assistir estivesse quem não se suporta, justamente aquele que devia era estar longe e mal, se possível?
O que nos faz querer que a simpatia em pessoa teria a mesma ideia de bondade gratuita que tivemos? Crê-se, de facto, que há, do outro lado, a mesma decência e seriedade que se teve? Está-se à espera que não se riam de nos no meio de figuras tristes, sabendo de antemão, que são pessoas pouco dadas a seriedades e doçuras?
Não me parece.
O que é habitualmente esquecido é a noção de reciprocidade que, nestas questões, é fulcral. Dar-se o que se recebe, e saber receber o que se dá acaba por ser a grande lição a retirar daqui. De quem não se gosta, o mais provável é que não goste de volta também, por isso fica tudo junto numa grande família feliz. E como o mundo é uma sementeira excelente de pessoas que não se gostam, a reciprocidade vem mesmo a calhar.
Rir é o melhor remédio, especialmente quando a situação é ridícula e altamente cómica, e no meio dela, está quem devia, exactamente a hora certa.
Porque quem lá está faria, com toda a certeza, o mesmo de volta.
Sejamos francos: toda a gente tem alguém que não pode ver à frente. Alguém que mete raiva, que mete nojo, de tão estúpido, tão idiota que é. Ou por todos aqueles gestos de carinho e atenção que fizeram questão de fazer ao longos da vida. Impossível não ter um ódio de estimação.
Mais uma vez, o mundo, esse lugar maravilhoso, fornece todo um conjunto de gente cretina para odiar à vontade, sem remorsos.
Tornam-se as coisas diferentes quando há a oportunidade de, finalmente ou não, poder fazer alguma coisa que, simultaneamente, dê prazer a quem odeia, e deixe algo aborrecido o objecto do ódio. Como por exemplo, rir.
Rir, simplesmente.
Há coisas que fazem rir, coincidências e acasos da existência que nos fazem rir, que têm uma piada mórbida, irónica, estupidamente engraçada. Nomeadamente, ver alguém tropeçar, escorregar numa casca de banana, atropelar uma velha, ficar preso no trânsito, levar com alguma coisa na cabeça, engasgar-se com chá quente, ficar preso numa cabine de casa de banho, e por aí fora. Se for uma pessoa que se odeie a ter que passar por isto, individual ou conjuntamente, tanto melhor.
Há que hesitar quando se tem oportunidade de rir descaradamente na cara de quem sofre de algum destes infortúnios, sendo alguém a quem se deseja, mesmo que secretamente, uma morte lenta e dolorosa? Há que ter a complacência e educação de não rir, porque a desventuras deste tipo estamos todos sujeitos? Há que manter a postura e não alimentar problemas, por haver vontade de rir de uma situação tão normal como ficar preso nas portas do metro? Há que não dar azo a altercações por causa de coisinhas insignificantes?
Pois claro, há que ser decente, ter paciência, e não ser desleal, mesmo quando quem está em causa é alguém que se quer metido num balde de estrume até ao pescoço.
Já a seguir, como dizia o outro.
Coloque-se a questão noutros termos, então. Se fosse ao contrário? Se fosse o próprio a cair num buraco, a chocar de nariz contra um poste, a ficar preso num estacionamento porque a saída está bloqueada, a meter os pezinhos numa poça de lama, a perder o metro por 2 segundos, e a assistir estivesse quem não se suporta, justamente aquele que devia era estar longe e mal, se possível?
O que nos faz querer que a simpatia em pessoa teria a mesma ideia de bondade gratuita que tivemos? Crê-se, de facto, que há, do outro lado, a mesma decência e seriedade que se teve? Está-se à espera que não se riam de nos no meio de figuras tristes, sabendo de antemão, que são pessoas pouco dadas a seriedades e doçuras?
Não me parece.
O que é habitualmente esquecido é a noção de reciprocidade que, nestas questões, é fulcral. Dar-se o que se recebe, e saber receber o que se dá acaba por ser a grande lição a retirar daqui. De quem não se gosta, o mais provável é que não goste de volta também, por isso fica tudo junto numa grande família feliz. E como o mundo é uma sementeira excelente de pessoas que não se gostam, a reciprocidade vem mesmo a calhar.
Rir é o melhor remédio, especialmente quando a situação é ridícula e altamente cómica, e no meio dela, está quem devia, exactamente a hora certa.
Porque quem lá está faria, com toda a certeza, o mesmo de volta.
AS
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