Está uma pessoa idosa a utilizar o Multibanco.
Se se for inocente, pode esperar-se que o velhote seja lesto, como a maior parte das pessoas, que se despache e não fique ali a fazer os restantes utilizadores perderem tempo.
Não, senhor.
O velhote enfia o cartão, fica meia hora a olhar para o teclado à procura dos números do código pessoal, pede consulta de saldo em papel, tira o papel, fica meia hora a olhar para o saldo, volta a perder meia hora à procura dos números do código pessoal no teclado, selecciona a opção pagar contas, fica hora e meia a alternar o olhar entre a folha da conta e o teclado, à procura dos números, tira o talão comprovativo do pagamento, volta a perder trinta minutos a ver onde estão os números do código pessoal no teclado para voltar a pedir a porra do talão com a porra do saldo, que é o mesmo de ainda há três horas, desde que pediu o primeiro saldo, agora sem o montante da conta que pagou. E, se estiver com vagar, que é mesmo palavreado antigo e coisa que os velhos têm de sobra, ainda fica a estudar atentamente o papelinho com o saldo, ainda o dobra muito bem dobradinho e enfia-o, muito arrumadinho, naquele compartimento especial da carteira. Tudo isto, sem se desviar para que os outros, que estão com pressa e têm de ir trabalhar, coisa que esta gente já não sabe o que é há para aí uns 20 anos, se possam servir da máquina.
E depois as novas gerações é que estão perdidas e não fazem nada de jeito.
Porra, não há paciência...