As pessoas envelhecem. E o primeiro sinal de envelhecimento é o espanto, o desprezo e o despeito pelas gerações mais novas. Pois que no meu tempo não havia disto, os pitos agora fazem tudo o que lhes dá na gana, andam de qualquer maneira, que raio de trapos são aqueles, e aquelas atitutes, aqueles comportamentos, nós não éramos assim tão parvos.
E pronto, assim se começa a caminhar para o fim da linha. Para o lugar onde no meu tempo é que era bom, na minha epoca é que era, e estas gerações são poços sem fundo de estupidez e futilidade, meu deus, onde é que isto vai parar, são estes os filhos do futuro, são estes os adultos de amanhã, que mundo será o nosso.
Gente que cresce não é digna desse nome se não disser mal das gerações que lhes vão suceder. Esse é o pressuposto, dizer mal antes de qualquer coisa, eles não prestam, nós é que éramos mesmo bons, por isso é que hoje em dia somos pessoas de sucesso, ou qualquer coisa, ladrões, putas e vigaristas, não, isso é coisa da gente nova, nós não tinhamos cá disso.
É pena. É pena que assim pensem as gerações de agora. Que já estão esquecidas daquilo que andaram a fazer. Ai mas no meu tempo não havia tanta coisa má, era diferente, não havia tanto perigo como há hoje, e aquelas atitudes, meu deus, pensam que têm o rei na barriga, são uns malcriadões, uns arrogantes, uma pouca vergonha.
Que conclusão brilhante aquela a que se chega ... Não há tempos melhores nem piores, não há gerações boas e outras rascas, são tempos diferentes, é a evolução e o progesso.
Numa época, a postura dos pitos é uma, noutra época já é outra completamente diferente. O problema é que os cotas, para além de terem memória curta, são curtos de ideias, não conseguindo, sequer, conceber que os outros evoluam.
Esta é a triste humanidade.
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