segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vortex

O objectivo de uma gaja, nos seus princípios de vida, e não, não tem nada a ver com andar de gatas ou chuchar no dedo, a vivência que se inicia anos mais tarde, é arranjar um gajo fofinho, e giro, e carinhoso, para dar a mão no escurinho do cinema, para passear e dividir uma cola, para dar beijinhos, um gajo como deve de ser, um namorado querido e engraçado.
Quase ao mesmo tempo, ou pouco tempo depois, vem a vontade de ter um gajo bom, daqueles que enchem a vista, as medidas, a ânsia, daqueles que respiram sexo, que dão vontade de subir pelas paredes, aqueles que incendeiam recantos escondidos do ser, um gajo que tenha um bom rabo, e outras particularidades particularmente apelativas, que sabe deitar cá para fora só com um olhar a vontade, um que rasgue as roupas, que rasgue o ser, destrua tudo à sua passagem, deixando só um rastilho de pólvora e o restos do que era.
O grande e rude golpe surge quando uma gaja percebe que, na esmagadora maioria das vezes, estes dois gajos, contidos num só, não existem. Ou existe o gajo fofinho, ou existe o gajo que é só pinanço; uma vez num milhão, há o homem perfeito e a junção acontece. Muito raramente
Outro grande e rude golpe é perceber que, para além de só servir para pinanço, o gajo do pinanço só quer mesmo pinanço e nem fingir que é fofinho sabe, este está 90% das vezes disfarçado de gajo fofinho, e então aí é que a porca torce o rabo; levar o gato por lebre, mesmo com o rego cheio de sexo, não é assim tão fixe como isso.
E com dois grandes e rudes golpes, fora aqueles que não foram mencionados, que esses, a serem contados, encheriam muito mais linhas que este texto miserável, mas enfim, há que poupar espaço, em nome da ecomonia processual, e assim pode ser que sobre assunto para mais posts miseráveis, caminha a espécie feminina da raça humana, tentando sobreviver no meio dos enganos da existência que se confundem com os enganos incutidos pela espécie masculina da raça humana.

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