Agradar a gregos e troianos não é uma boa política.
Entende-se que o interesse geral da nação aconselha a que não hajam guerras frias, ou guerras declaradas, mas há coisas que, uma vez feitas, não podem ser desfeitas, tenha-se por conveniente que entrar cidade dentro com um cavalão gigante a fingir que é oferta da casa e depois, das entranhas do bicho, sairem meia dúzia de guerreiros mal encarados que esventram tudo o que se lhes atravessa no caminho, levando à queda de uma grandiosa cidade, não é propriamente uam coisa simpática para se fazer.
Já se sabe que os gregos são pessoas esquisitas e mázinhas; os troianos são os totós que deixam entrar o inimigo disfarçado de oferenda aos deuses e ainda acham muito bonito. Estará tudo dito.
Partindo do pressuposto que tanto uns como outros são todos cidadãos imputáveis, capazes de governar suas pessoas e bens, farão o que melhor entenderem.
Pena que Pilatos tenha nascido tantos séculos depois, porque o que ele fez, encher uma pia de água e lavar lá as suas patas, é exactamente aquilo que se fará, esperando que tal gesto fique para a posteridade.
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