Rir faz bem à saúde. E faz bem à alma.
Não há nada melhor que rir. Relaxa todos os músculos e tem a capacidade de deixar bem disposta a pessoa mais triste.
Até aqui, tudo muito bem.
O pior é quando uma pessoa não se sabe rir. No sentido de não saber parar, de não se saber controlar. Quando uma pessoa se ri a bandeiras despregadas, sem maneiras, como diria a minha progenitora, estridente e efusivamente, ainda é como o outro; agora, quando se tem vontade de rir e a vontade nunca mais vai à vida dela para deixar uma pessoa sossegar, bolas, é o fim. Não há controlo ou educação que valha numa aflição destas.O riso vai saltando de todos os poros, qual cascata, e não há forma de o parar. Mesmo que a coisa, para as restantes pessoas, normais e saudáveis, não tenha piada, ou não tenha assim tanta piada como isso, não interessa. Interessa é rir e rir tanto que faz engasgar, deitar ranho pelo nariz, cuspir, babar. Tanto e de tal forma que, a piada já foi há tempos e ainda nos estamos a rir. No caminho para casa, só não se fecha os olhos para rir à vontade porque se vai a conduzir. Ao jantar e durante todo o serão, tudo muito descansadinho, e logo surge a memória da piada, e portanto, nada de acanhamentos, há que rir, assim, do nada. Já na hora de dormir, ainda não mesmo a dormir, naquele torpor leve que não é sonho mas também não é lucidez, vem o riso e não há sono para ninguém.
Ok, isso passa, amanhã já nem te lembras disso.
Ya, pois, é ver-me no caminho entre o restaurante e o café, vem à memória o quê?, o levar na pá, pois com certeza, estão a ver, bastou-me escrever e já me estou aqui a rir como uma hiena ébria, e vá de rir como uma louca, sem ninguém ao pé que me pudesse ter contado a piada, com toda a gente a olhar, coitada, deve ter fumado daquilo que dá para rir e agora é disto, não há decência.
Enfim, diga-se apenas que rir é saudável e que quem ri é porque está bem disposto, sem qualquer analogia a demência, ou ainda me vêm buscar para me internar num manicómio.
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