... é cá um silêncio que até fere os ouvidos.
Pois que nos restantes dias do ano, trabalhando paredes meias com uma escola secundária, há sempre um burburinho, mesmo com as portas e janelas todas fechadas, até na casa de banho se ouvem putos a mandarem os seus pares para o caralho.
Hoje não. Há greve, a escola fechou.
Significa também que não tenho que acotovelar 1000 putos para tentar comer sentada ou desalojar umas quantas mochilas para me sentar no café.
Significa, ainda, que não precisei de andar a correr para estacionar o carro; quando cheguei a este fim de mundo, o que não faltavam eram lugares, tudo era maravilhosamente espaçoso e sossegado, sem carros em segunda fila ou espertinhos a ultrapassar em ruas estreitas para se irem abotoar com o único lugar disponível.
O silêncio é tumular.
Sinto-me a última sobrevivente da terra depois de um desastre qualquer.
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