Apreciam-se aquelas pessoas que adoram apregoar aos quatro ventos que não julgam ninguém, nem gostam de o fazer, para dar um ar adulto, jovial e aberto, mas depois rematam a conversam com um não compreendo quem faz isto ou aquilo.
Ou seja, não julgam ninguém por nada que os outros façam, mas não se escusam a dizer abertamente que não compreendem este ou aquele comportamento.
Pergunta-se, na mais pura das inocências, se isso não é o mesmo que julgar. Só não chamam nomes, nem rotulam, nem falam mal nem condenam ao fogo do inferno; porém, ao dizerem que não compreendem, criticam e julgam, qual Inquisição, as condutas alheias, apenas de uma maneira velada. Por fora, a tal capa de jovialidade e abertura de espírito, mas por dentro, nas entrelinhas, a crítica, a exclusão e o julgamento escondidos porque a incompreensão, neste casos, não é mais do que isso não me cabe na cabeça, não sei porque raio te deu na mona fazeres uma coisa dessas, isso está errado, e mimimimi. Apenas de uma forma diplomática e pacífica, esperando que os outros, os que estão a ser julgados e os outros, os que assistem, sejam parvinhos os suficiente para continuarem a crer nesta conversa de psicologia de esquina.
Pois que quando alguém diz, ai que eu não sou ninguém para julgar, nem o vou fazer, credo, longe de mim, mas não compreendo quem anda de meias às riscas azuis quer tão somente dizer mas que merda de moda é essa agora, não têm vergonha, tenham mas é juízo.
Mais valia passarem por caçadores de bruxas, conservadores ou juízes de moralidade, explanando abertamente o seu pensamento do que estarem a vestir uma pele que se topa à légua que não lhes assenta.
Devem pensar que toda a gente é estúpida, não?
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