Lembro-me de ter esta cassete em casa, que vi muitas e muitas vezes até que, um dia, se estragou.
Muitos anos se passaram, mas conseguia lembrar-me perfeitamente da história, de algumas linhas de diálogo das personagens, das partes engraçadas, das partes tristes. Retive no ouvido o palavrear cantado do português do Brasil da dobragem, que era a única que existia, há uns anos nem dobragens em português 'a sério' havia, vinha tudo dobrado do Brasil, retive as letras das músicas. Retive porque, independentemente de ser sido o primeiro filme que fui ver ao cinema, sempre foi a minha história preferida. Nunca soube explicar muito bem porquê, mas não há nenhuma outra história que se suplante a esta.
Este Natal, foi-me oferecido o dvd, com estas modernices de restauração digital, 1001 extras e o caraças a sete. E, sem saber como, relembrei tantas coisas que estavam esquecidas, recordei 1000 pedaços de infância e pensamentos que perdi há tantos anos. Estava perdida e não sabia.
E, de repente, as dobragens em português de cá não tinham tanta piada como as antigas, as músicas estavam todas aldrabadas, os diálogos eram diferentes. No minuto a seguir, já tudo fazia sentido e uma nova luz incidia sobre a história. Uma espécie de retorno à inocência.
E a música ... a música, a orquestração divina e de divina inspiração ... Uma viagem aos confins da perfeição. Tanta e tão grande que dá vontade de chorar. Não porque a história seja de faca e alguidar, mas porque a melodia atinge patamares tão altos, tão pefeitos e puros que só se pode chorar, chorar de alegria pelo talento de quem a criou, por quem desenhou os acordes que aquela orquestra tocou.
Pois ... para quem lê nas entrelinhas, é ver-me a chorar do princípio ao fim. Que se há-de fazer, a idade tudo traz. E a mim, para além da estupidez, trouxe-me a mais bela história de encantar, com a mais perfeita das orquestras.
Rendo-me.
Found my match.
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