Uma pessoa tristíssima com a vida profissional que não proporciona momentos de pura diversão com Direito Administrativo e nem repara que a vida para além do Direito está cheia de administrativices.
Vai-se à Biblioteca Municipal buscar um qualquer livro para ler em casa e dizem-lhe que tem que entregar o livro em 15 dias. Tudo bem, não haveria problema se não houvesse mais nada que fazer senão ler, mas há sempre a possibilidade de prorrogar o prazo, não há crise.
Quando nos passam para a mão um talão da requisição do livro (modernices...), vem lá escrito a data de entrega. Há imediatamente vontade de dizer, olhe há aqui um erro, não é esta a data, mas como até fazia jeito mais uns dias para acabar a leitura, nada se diz.
Porém, nesse mesmo instante, há uma luz no encéfalo escurecido que se acende por milagre e o mesmo encéfalo dá ordem ao diafragma para subir à sua altura máxima e ajudar a encher os pulmões, o ar entra em grande escala; cheira a pó, a encerado e a um ligeiro toque de pimenta como só os edifícios oficiais têm. Um organismo público. Direito aplicável: público. Procedimento: administrativo.
Correria até um calendário para contar freneticamente os dias até ao final do prazo. 15 dias ... úteis!
Emoção fortíssima e vontade de dar pulinhos, de tão contente que se está por perceber a aplicação prática do mais sublime dos ramos de Direito.
Senhor, como a tua serva, para além de quebrada, é completamente inimputável...
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