Um espanto quando se acorda para a vida e se percebe que no último ano e meio se andou a fazer merda ou, simplesmente, a ignorar.
E quando a luz bate na cara, vem um rasgo de iluminação e vá de tentar remendar o que foi mal feito, com pezinhos de lã, com falinhas muito mansas, com muito carinho e arrependimento, para ver se cola, para ver se os outros não percebem o desespero que se sente porque agora já não se tem ninguém e há necessidade dos velhos amigos.
O pior dá-se quando os velhos amigos são umas mulas velhas, vencidas e cansadas da vida e das suas voltas, que é o modo de dizer, saturados que nos passem a perna, e não estão muito pelos ajustes para aturar convertidos em bonzinhos e arrependidos quando já estão na fogueira.
A espuma dos dias, meus senhores, de gente que perde a paciência com coisinhas de nada.
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