segunda-feira, 28 de março de 2011

Qu'é Que Se Come?

Há dias em que o cérebro só trabalha num sentido.
Por mais que se desvie a linha do pensamento para outras coisas, inevitavelmente, há-de sempre de ir parar à ideia fixa que lá está instalada desde manhã.
Por mais que se tente activar o cérebro para trabalhar em vez de gastar neurónios a pensar em asneiras, não senhor, vamos mas é concentrar todos os impulsos eléctricos que existem dentro da massa cinzenta a pensar em parvoíces.

Hoje é o dia de pensar em comida.
Mais propriamente, hoje é o dia de pensar em comida doce.
Por mais que uma pessoa se esforce, vamos mas é fazer qualquer coisa de produtivo, tipo, despachar processos e outros afazeres jurídicos, que há tanta coisa atrasada, não senhor, olha-se para os ditos processos, sim senhor, mas no seu lugar só se vêem chocolates, pãezinhos, compota, torradas com doce de amora, manteiga de amendoim. Não tarda nada ainda dão pelas dentadas nas folhas...

Hoje é dia de comida.
Portanto, isto , isto e isto

passam a toda a hora pela frente dos olhos e só há mesmo pena de ser imaginário, porque ia tudo à frente. Poder-se-ia pensar, assim de repente, que ainda haveria lugar a um inquilino na minha pança, mas não; é só mesmo a estupidez e a gula, esse pecado mortal devastador, a deixar uma pessoa a salivar. São assim os inimputáveis, uns dias umas taras, outros, taras diversas.

Contra isto, já se sabe, batatas, mas por acaso, batatas não quero.

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