Há dias, costuma dizer-se, em que mais vale não sair da cama, porque tudo vai inevitavelmente correr de mal a pior.
Por estas bandas, tem-se a teoria de que, quando se começa logo de manhã a conduzir mal, nem vale a pena pegar num carro durante qualquer momento subsequente, porque, de certeza, inevitavelmente, vai dar asneira da grossa.
Hoje descobri que não consigo conduzir de saltos altos. Não é como se não suspeitasse ou algo do género; quando os sapatos são largos de mais, tinha que levar umas chanatas quaisquer para conseguir guiar em condições.
Possuía, no entanto, umas tamancas que estavam razoavelmente apertadinhas, confortáveis de modo a usar três pedais de forma mais ou menos segura.
Qual quê!
Juntam-se vários factores perigosos e tudo acontece rapidamente.
Sapatos que até ali foram amigos fiéis prendem a merda do salto no tapete e fazem falhar o momento mágico do ponto de embraiagem; calçada molhada da merda da chuva que teima em cair às portas do verão; pneus chiam como ratos a serem pisados e toca de derrapar; falha outra vez do pedal, desta vez do travão, que ficou preso no tapete, no salto, claro;carro resolve armar-se em esperto e resolve dar uma fugidinha de traseira; tudo isto temperado com uma barulheira de motor como se estivesse a guiar um monta-cargas; inclinação do piso:10%.
Obviamente, tudo de mãos dadas com a estupidez e a falta de jeito inata para a coisa.
Pára tudo a olhar. Não têm o que fazer, cambada de putas?
Ah, e isto ainda é mais giro quando acontece duas vezes.
Moral da história: daqui para a frente, andar sempre de tamancas que permitam conduzir, como as velhas e aquelas tias de Cascais que não podem lascar o verniz das unhas dos pés.
Andar sempre com uns sapatos que permitam não falhar o pedal mais importante.
Ter tino e presença de espírito suficientes para saber ir de autocarro quando, logo de manhã, se deixa ir o carro abaixo porque...
adivinhem lá...
O salto prendeu no tapete, exactamente
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