Ontem pus-me a pensar na fé...
Até que ponto é que ela é constante, se mantém sempre lá, hirta e inabalável como uma rocha, a partir do momento em que constatamos que existe e é um marco perene nas nossas vidas. Será que é?
Adorava pensar que não existem crises de fé; que a fé (no que quer que seja) está lá sempre, não nos abandona, se mantém, lá está, fiel. Mas não...acreditar piamente nisto é errado: chega o dia em que o mundo abana, quase que deixamos de saber quem somos e qualquer coisa estala dentro de nós; tudo se desmorona e a única coisa que nos faria aguentar o estado ténue e débil em que nos encontramos, é estupidamente mais fraca, e incapaz de nos fazer subsistir. Desvanece-se no ar. Não se desvanece o que não existe.
Alguma vez lá esteve? E se estava, porque é que não era assim tão imensa ao ponto de me envolver qual capa protectora, escudo infalível, impenetrável? Crise de fé ou simples constatação de que nada mais existe para além do que está precisamente à frente dos nossos olhos? Nó górdio incrível...
Hoje sou ateia e radicalmente antropocêntrica ao ponto de me ter deixado de devaneios pueris deste género e de constatações facilmente evitáveis sobre o inevitável, há muito, muito tempo. Porque o tempo, esse passa. As crises de fé (no que quer que seja) vêm e vão. E o que fica?
A fé não é nada...a fé somos nós. Caos e nós a tentarmos realinhar as coisas... a tentarmos como podemos...como sabemos. Felizes os dias em que conseguimos.
SB
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