segunda-feira, 4 de abril de 2011

Leituras XXXVII


Se a princípio a leitura desta obra deixava o leitor morto de sono, claramente todas as expectativas são elevadas aos seu expoente máximo com o avançar na história.
Se as descrições deixam um pouco a desejar, o mesmo não se pode dizer do ênfase que é colocado no final do conto.
Porque se percebe, afinal, que as descrições pouco interessantes e o enquadramento mortiço e cinzento faziam parte de um envolvimento muito para além das palavras.
A mestria é tanta e de tanta qualidade que, qual filme de grande genialidade, deixam a dúvida no leitor de tal maneira que, não há outra forma de o descrever, se sente que é o leitor que tem em suas mãos a interpretação do que, no fundo, é a temática do livro.
Os indícios estão todos lá, cada um que tome os caminhos de reflexão e interpretação que desejar.
O que existia em Hundreds Hall, uma família geneticamente fadada à loucura e perturbações psicológicas ou um mal sobrenatural?
O que viu Caroline Ayres no momento da sua morte? Quem viu, já que o reconheceu?
Seria louca, ela, o irmão e a mãe, ou estariam mesmo assombrados?
Se eram loucos, o que os teria levado a tal?
Se eram assombrados, quem viram?

Depois de muito pensar, as conclusões não são por isso mais claras.
O que é certo é que a dúvida é semeada no espírito para dele não mais sair.
Últimas 100 páginas de tal forma perturbadoras que se aconselha vivamente a não serem lidas a horas da madrugada.

Muito bom!

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