sexta-feira, 29 de abril de 2011

É Já A Seguir...

Se há coisa que mexe com os meus nervos feministas é passar a ferro camisas de homem.

Vira de um lado, vira de outro, passa aqui, passa ali, olha as mangas, os colarinhos e as partes dos ombros que ficam sempre todas amarrotadas, mais o apertar os botões, virar ao contrário, puxar uma manga e dobrar, repetir o procedimento com a outra manga, dobrar um terço e dobrar o resto em sentido contrário, daqui a nada está a puta da camisa a dizer-me que tenho 10 dias úteis para recorrer, não?, que gaita vem a ser esta?

E porque é que os homens não sabem passar a própria roupa? Não têm, por acaso, uma mãezinha que os ensine a fazer este tipo de coisas, ou isso está exclusivamente reservado às futuras mulheres?

O caralho, é o que é.

Nunca houve momento, como aquele em que passei não sei quantas camisas de homem, em que sentisse mais raiva pela condição de trapo, literalmente, que as mulheres ainda têm, condenadas a ser submissas das pequenas actividades domésticas que, não obstante o que a modernidade trouxe, ainda cabe às mulheres fazer porque os idiotas portadores de pilinha não se querem cansar a aprender.
Pois que não há mais nada que fazer do que estar a passar a roupinha dos meninos a ferro, ainda para mais, camisas, essas porcas, que fazem a cabeça de uma pessoa em água só para decorar o procedimento correcto para que não pareçam sacos de papel velhos.
Já para não falar dos trabalhinhos de costura, outro deleite completo da condição de esposa.

Face ao exposto, tomam-se as seguintes

Resoluções Para A Vida Futura #5 :

Aquando da minha condição futura de esposa ou unida de facto, se a ela houver lugar, não passo camisas masculinas a ferro; há lavandarias que passam 6 camisas por 5€.

Não coso meias de ninguém. Tem buraco? Lixo.

Não coso calças. Descoseram-se? Há uma retrosaria em cada esquina.

Não lavo divisão nenhuma da casa se não houver divisão de tarefas. Se não existir partilha de recursos, haverá lugar a viver num pardieiro, com certeza, eu é que não serei a fada do lar.

Não serei só eu a cozinhar embora, confesso, seja coisa que me dá bastante gozo. Mais uma vez, divisão de tarefas; ou há moralidade, ou comem todos.

Não há cá coisa de ir a correr embalar os filhos, se existirem, tocando sempre essa tarefa à mãe. Se os carreguei durante quase um ano, quando saltarem cá para fora, alguém que os ature também, fáchavôr.



Haverá, com certeza, lugar a aditamentos.

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