Enquanto limpava os restos das manchas vermelhas das mãos e da roupa, não podia deixar de ter um sorriso nos lábios.
Estava feito. Depois de tanto tempo de espera, estava feito.
O sangue quente que lhe escorria por entre os dedos lavava todos os traumas e as noites sem dormir, sempre a dar voltas ao cérebro, a pensar, em modo repeat, na escuridão que se tinha abatido sobre o ser e na forma como poderia apagar os vestígios de tão grande dor. Só havia uma solução, teria de ser feito da mesma maneira que lhe haviam feito. Teria de ser pela força.
Depois de tanto tempo, tinha chegado a altura.
Sem pensar duas vezes, levantou a mão que segurava a faca e desferiu os mesmos golpes.
Estava feito.
2 comentários:
Não querias mais nada? 131.º do CP, quiçá 132.º.
Tem mesmo de ser o 132º, nº 2, e).
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