Não sei se o cansaço da minha alma
justifica a inexistência do fogo que habitualmente ardia
e outrora iluminava a minha
consciência.
Tudo era claro, tudo era óbvio
Nada o é agora.
Estou envolta num mar de cepticismo
em risco iminente de me afogar.
Recuso-me a nadar para me salvar.
Para quê?
Perdi a vontade
Adormeceram-se os sentidos
Tudo é insípido,
inodoro
Inaudível.
O olhar vítreo, baço e esgotado desistiu de tentar.
Foi-se para sempre a sede de
mais.
O espanto inicial.
E cansa-me muito, mesmo muito tornar a procurá-lo.
Encontrá-lo.
Resigno-me sorumbática ao meu vazio incurável.
Não sou infeliz. Sou não feliz.
Vou vivendo.
SB
2 comentários:
432ª CC
Lindo.
O poema, obvio.
AS
Enviar um comentário