Convenceram-me, já nem sei como, a ir almoçar a um desses botecos da Herba-não-sei-das-quantas, que servem uns batidos XPTO equivalentes em proteínas a bife com batatas fritas.
Fazem a pessoa sentar-se, no meio de salamaleques e conversa da treta, e enfiam-lhe pela goela abaixo uma quantidade industrial de chás de folhas paridas de uma árvore qualquer.
Para drenar, dizem eles.
Para limpar o sistema, alegam.
Para fazer bem a uma célula escondida no fundo do fígado, comentam.
(Pois sim, e querem-me convencer que estas gaiteiras não vão lá todas para ver o menino de olho azul e sorrisinho Pepsodente que, muito educadamente, as atende com paciência infinita e dá conversa a todas sem excepção.
Ai que não é nada disso, vamos porque é saudável, porque faz perder peso e tira as toxinas dos calcanhares.
Com certeza. E eu sou o Cavaco Silva...)
Seguidamente, apresentam o almoço em si.
Um copo de batido cheio de uma peçonha sinistra que contém as tais proteínas equivalente a um camião TIR de batatas com bacalhau.
O batido nem é mau; é doce, com a textura certa, bem confeccionado. Um óptimo passatempo para se ter numa esplanada à beira mar.
O pior é que se esquecem de que o 'equivalente a proteínas' não é o mesmo que proteínas esmifradas para dentro de um copo a fingir que é almoço.
Às quatro da tarde, já estava cheia de fome. Tendo em conta que almocei duas horas antes, não rendeu nada.
E assim se passa uma tarde com o estômago colado às costas, a viver às custas de bolachas e café.
Tudo porque a inteligência não dá para mais.
1 comentário:
Por acaso uma vez escapei por um triz a um desses pseudo almoços, que ofereceram no jornal onde trabalhava. Lucky me! Detesto mixórdias "milagrosas".
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