Voltei.
Sobrevivi à terra dos bimbos e gentinha tola.
Ao passar Coimbra ainda pensei em voltar para trás, mas depois já estava tão longe que mais valia levar com um leitão assado na pinha do que gastar um depósito de gasolina por coisa nenhuma.
Nada de novo no universo dos parolos de bigodinho duvidoso.
Vai tudo à missa a horas, vai tudo pegar ao andor a horas, vai tudo cheio de devoção ouvir o padre, vai tudo com o fatinho a feder a naftalina.
De vez em quando, as novidades surgem, que também, porra!, não é aquilo um fim de mundo tão grande como aqueles paspalhos de Lesboua o fazem crer.
A família cresceu e recentemente há um acrescento novo.
Um pequeno ser, nascido há 4 míseros dias, que não é parecido com ninguém, todo cheio de rugas, pequeno como um gnomo, magrinho que só ele, feio que dói.
Como todos os bebés de dias, aliás; a partir dos 3 meses, quando começarem a engordar e a sorrir, e a atirar papa por todos os lados com as suas mãozinhas rechonchudas, é que ficam giros. Agora só parecem umas coisas vindas de um sítio escuro e húmido.
Pois que não senhor, que é o menino mais lindo do mundo, como ele não há igual, os outros bebés que nascem é que são monstros, o nosso é o melhor, já está inscrito em Harvard, vai ser Primeiro-Ministro.
Ainda bem que gostam os filhos que põem no mundo. Fico deveras contente que os amem até mais não haver e que não façam deles delinquentes por falta de amor e apoio, mas isto é demais.
Parece que nunca ninguém pariu um filho (ai que foi tão difícil, meu deus), parece que nunca ninguém teve um bebé nos braços (ai que coisa mai linda), parece que nunca ninguém deu de mamar (ai que nosso senhor me ajude).
É assim naquela terra.
Nem sei por que me espanto.
Já devia saber que criança que nasça ali nada fará mais na vida do que ser extraordinário desde a hora em que nasceu, nem que seja só por ser herdeiro de uma plantação de batatas...
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