Se antes se podia achar que aquela mulher, vulgo a gorda do café, tinha alguma espécie de fixação pelo Sammy Boy, que tem, que disso não haja qualquer tipo de dúvida, começa-se a achar que a pobre senhora desenvolveu o mesmo tipo de obsessão pela gaja que vai todos os dias ao dito café, para ler os seus romances históricos e fumar ininterruptamente, bebericando aditivos de cafeína enquanto pensa na vidinha.
Só pode.
Sempre atrás dela, sempre com conversa de treta, insiste em contar todos os pormenores sórdidos, ou nem tanto, da vida do pobrezinho do Sammy, como se devesse algum tipo de explicação pela conduta do rapaz, como que a desculpá-lo por alguma coisa (não se sabe o que poderá ser), ora a tentar 'vender' o moço, até em casamento já falou, o raio da obesa, ora falando cobras e lagartos dele.
Não se percebe. E como não se percebe, inventa-se.
Em tempos, perfilhou-se a teoria de que a dita senhora do cu avantajado queria era que o Sammy lhe tratasse da saúde e a levasse a dar umas voltinhas ao vale dos lençóis, ou numa casa de banho qualquer, tanto faz, e que por causa da frustração de tal não ocorrer, é que passava a vida a empurrá-lo para a cama de tudo o que era mulherio naquele café, chama-se projecção, uma figura dos meandros da psicologia.
Porém, a coisa agora toma outros contornos; agora, já há mais outra pessoa ao barulho, o que não deixa de ser inquietante. Pessoa essa que não é deixada em paz nem por mais uma, mais que não seja para ouvir as queixinhas do Sammy.
Não querem lá ver que a badocha, quando não tem mais nada que fazer, se põe a fantasiar com os dois numa grande sarrafada?! Ou, talvez, quem sabe, juntar-se à sarrafada também??
É que, a não ser assim, qual será a justificação para tamanho assédio?
É o que dá ir para cafés de gente duvidosa só porque tem dístico azul...
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