Há quem esteja furioso com o estado de coisas, provavelmente com muita razão, mas qué isto e tal, onde é que estamos, mas é assim as coisas?
Vai-se para um reunião tentar perceber o que se pode fazer por uma faculdade que tantas vezes se esquece dos alunos, que medidas podem ser tomadas para resolver uma “crise académica”, o que há a fazer perante as dificuldades que surgem em processos tão complexos como os de adaptação a novos métodos e visões.
Vai-se para lá a pensar que é desta que se muda o mundo académico, que juntos solucionaremos todos os problemas, que 500 e tal cabecinhas têm muitos mais ideias luminosas do que 20, que com a força que se reúne à volta destes acontecimentos somos imbatíveis.
Só não será bem assim.
Aproveita-se a ocasião para exibir um pouco as qualidades políticas dos oradores, perder tempo em divagações das quais ninguém se vai lembrar assim que transpuser a porta, enquanto se trocam galhardetes e se lava todo um estendal político, de rivalidades pouco ou nada resolvidas, em frente a toda a gente.
Quem é apanhado no fogo cruzado acaba por não perceber bem como é que um plenário que era suposto tentar solucionar as dificuldades que têm surgido vai de repente parar a outra temática que não seja o diz que disse, e o fiz e tu não fizeste.
Uma coisa boa é de salientar no meio de tanta confusão : ninguém fica indiferente ao que, de facto, se passa dentro de um edifício que afinal acaba por ser a nossa vida. Mesmo com todos os atritos e querelas criadas aqui e ali, ninguém fica indiferente, nem deixa passar em branco o facto de existirem actos que são prejudiciais, e que requerem medidas para os contestar.
Enquanto se enche um riacho de espuma branca do sabão que é usado para lavar toda a roupa possível e imaginária, as pessoas movimentam-se à volta do que é crucial.
É isto que é de louvar.
AS
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