Fenómeno do dia : a esperteza saloia. Não basta ser-se esperto , há-que ser também saloio.
Porque ser-se esperto é pouco original, está muito visto. Quem se interessa pelo jogo de cintura, pelo savoir faire tão necessário todos os dias para sobreviver, quem quer saber de ser esperto? Ninguém. A esperteza já não encanta ninguém.
Agora, se acoplada à esperteza vier outro fenómeno, mesmo que tão batido e tão pouco original como o primeiro, as coisas já se passam de maneira diferente.
Porque um comportamento espertalhão não é nada de especial se atrás dele não vier a saloiada. O fazer as coisas porque sim, sem melhor explicação aparente ; o cochichar como uma beata de aldeia sobre quem passa ; a eterna mania que se é melhor mesmo sem mostrar obra feita, só porque se parou no tempo e ainda se usa o mesmo penteado 2002/2003, mostrando a perpetuidade da moda, a eternidade da superioridade ( inexistente ) , a estupidez periclitante de ter a pretensão de ser embirrante e empurrar pessoas na rua só porque elas estão no caminho.
Isto, caros amigos, não é esperteza, longe disso, que a esperteza, além de não servir para nada a não ser para enfeitar mais uma linha no dicionário, não existe.
Já a esperteza saloia, em que se junta o típico hábito do típico tuga de fazer as coisas à marosca, à última da hora e dar miraculosamente certo, à parvoíce estupidamente tacanha, aliada à vontade de continuar a querer parecer tão jovem como no 9º ano, aos risinhos e palhaçadinhas, tão incapaz como se era na altura.
Evolução. Fenómeno : deixar a esperteza dita tradicional de lado e juntar a um conceito tão gasto e obsoleto uma nova ideia, que com toda a certeza trará ao mundo grandes espertinhos e gigantescas saloíces.
AS
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