terça-feira, 27 de novembro de 2007

Racionalizar abundantemente a existência

Sentes-te sufocada pela tua própria existência.
Lidas com conflitos a toda a hora. Tens picos de ansiedade.

De querer estar com ele, o que te assola, consome, exige imediata satisfação, e negá-lo provoca-te náuseas, batimentos dessincronizados, suores frios, dor.

De querer gritar, espernear e não o poder ver à frente: pequenas palavras, gestos singelos que despoletam o ódio e lembram novamente o porquê do rancor latente. Detesta-lo com todas as tuas forças, afasta-lo, abominas a sua presença, queres apenas que ele desapareça, morra de vez.

De querer seguir em frente: belos são os dias em que a indiferença vence, envolves-te na azáfama que é a tua vida e tudo o que te rodeia, e ignora-lo.Pões uma venda nos olhos, direccionas-te para novos mundos, novas cores, novos dias. E nada funciona!

De querer apagar os ciúmes que por vezes também te consomem; ficas verde, roxa, de todas as cores. Vives todos os estados de espírito possíveis; pedes à razão, à idade, ao bom senso que julgas ter, que te acalmem as inseguranças e tragam a paz para dentro de ti. Infrutífero. Sentes-te irascível, colérica, raivosa, frustrada! E nada funciona.


O tempo cura? Não. Resulta por momentos. Impasses, humores e capricho criam o compasso, ditam o ritmo, influem na tua decisão diária. Esquecê-lo, sim. Não hoje, num amanhã...Um dia. Quando? Quando for possível. Quando vires finalmente os defeitos, quando perceberes que não vale a pena. Quando o cansaço levar a melhor.

SB

[a mater tinha saudades minhas, e eu da mater, perdão pelo interregno]

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