Na senda do queixume infra, poderá pensar-se que sou, ao fim e ao cabo, uma ingrata da quinta casa e uma preguiçosa sem vergonha.
Isto porque sua excelência o patronato acabou, afinal, por nos dar a tarde de quinta-feira santa.
Não sem antes, como está bom de ver e daí o presente queixume, nos lixar o esquema, bem lixadinho.
Foi o povão todo almoçar, a arrastar-se e de trombas por sermos as únicas avestruzes a trabalhar naquela tarde.
Foi tudo para o café arrastar-se mais um bocado porque a vontade de trabalhar não existia e nada foi feito para a fazer regressar.
Estávamos tristemente a regressar quando nos salta o velho patrão ao caminho.
'Que estão a fazer aqui?', pergunta aquela andorinha idosa. Estamos a vender perus, Sr. Dr., como está bom de ver. 'Nós vamos fechar à tarde, ninguém vos avisou, ninguém vos disse nada?', questiona com algum espanto.
Não, estupor de velho, quem é que haveria de nos avisar que temos a tarde livre senão o próprio chefe dos macacos, não me dizes? E depois ainda põe aquela cara de fronha enrugada, como quem não tem nada a ver com o assunto.
E assim se perde, à vontade, hora e meia de mini-férias.
Ser velho é muito triste, é só o que tenho a dizer.
Foi aqui que vim parar.
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