- Já não se pode ouvir falar na crise; por todo o lado, a crise isto, a crise aquilo, ai a bolsa, ai a Grécia, ai o caralho que vos foda. Bolas, não há sossego em lado nenhum, todos choram e choramingam que está mau, que não há dinheiro, mas ontem não se cabia no Colombo por causa do joguinho do Benfas, não era? Ah, claro, se são só os funcionários públicos que sofrem, está tudo bem.
- Já não se pode com o senhor dos Passos, que volta e meia gosta de mandar os portugueses empobrecer e com o Presidente do Bolo Rei, que queria mais favas no bolo. Não há terra por cavar para dar a estes dois desocupados?
- Já não se pode com gente burra que gosta de chamar caloteiros aos que vêm exercer o belo do direito do contraditório e apresentar contestação. Mas estamos onde, afinal? Ganhámos uma licenciatura em Direito no pacote da farinha, foi? Foda-se, que não há vergonha jurídica.
- Já não se pode com gente mimadinha que pretende mandar no mundo à sua vontadinha e sem réplica da ralé. Andamos a ver filmes do Charlie Chaplin a mais, com certeza...
Porém, qual é a alternativa a não ter que aturar a crise, o Senhor dos Passos, o Presidente do Bolo Rei?
E o que é a vida sem ditadorezinhos e advogadinhos do Correio da Manhã?
Muito aborrecida, claro.
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