segunda-feira, 27 de junho de 2011

So, Why Don't You Go and Fuck Yourself?

Quem lhe dera perceber o que se passa naquela cabeça. De repente, levanta-se um vendaval, anda tudo à turras e depois volta tudo à mansidão costumeira, como se nada fosse. Não fosse a cara fechada e o mau humor, poder-se-ia ter passado rigorosamente nada.
Não se sabe (não se percebeu) se alguma coisa se lhe cravou nalgum sítio que cause desconforto, se tem alguma comichão num local recôndido, se tem alguma maleita no terceiro olho do corpo que impende a disparar forte e feio em direcção a um alvo aleatório, qual katyuska desgovernada.
O que se sabe, e mesmo isto será baseado em meras suposições ainda que assentes na observação de comportamentos recorrentes, é que se está num dia mau e não há outro saco de pancada a não ser a única individua que não foi de férias esta semana.
Tudo muito bem; afinal, o que é um estagiário a não ser um gigantesco saco à espera de ser pontapeado?
Porém, nãos obstante a ideia supra referida, há limites para a pancadaria no saco estagiário que, apesar de especificamente desenhado para tais fins, também não gosta de levar porrada por dá cá aquela palha.
Basicamente, o estagiário serve para três coisas: para levar na cabeça quando faz merda, para levar na cabeça quando está a fazer coisas mais ou menos e para levar na cabeça quando está a fazer coisas bem feitinhas.
Os mais ortodoxos diriam que o estagiário não faz coisas bem feitinhas, que as coisas mais ou menos são coisas mal feitas e que as coisas efectivamente mal feitas são o pão nosso de cada dia; quem quiser discutir a ténue linha deste raciocínio é estúpido e não tem amor à vida.
Todavia, quando as coisas mal feitas ou feitas mais ou menos são erros de palmatória que demonstram o atraso mental da criatura aprendiz, a porrada é, vá, merecida e só faz é bem.
Já quando a porrada é por mariquice de quem está na posição superior, e com o discurso do 'falta aqui um assento e mais uma borboleta para enfeitar o cabeçalho', a porrada deixa de ter assim tanto cabimento e passa a ser somente fruto da idiotice de quem dá a palestra. Por mais que se pense que a velha máxima do saber não ocupa lugar e aprender com estas coisas é sempre melhor do que fazer asneiras quando já se tem uma carteira profissional nas mãos, coisas as há que não deixam de parecer desprovidas de sentido e completamente aleatórias. Só porque se estava naquele sítio, naquele exacto momento, levou-se com a bujarda que seria dirigida a qualquer outro, menos àquele que está ali à frente, que tem culpa de coisa nenhuma.

Contra isto, já se sabe, batatinhas.
Sic.

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