Lido Numa Qualquer Rede Social:
"Sinto-me indignada. Hoje a tarde andei cerca de 2h a procura de uma pastelaria mais a minha família para podermos lanchar e estava tudo bastante cheio... Mas até ai tudo bem... Boa sorte para os estabelecimentos... Mas o que me indignou foi ver que havia lá gente que vai para as pastelarias quer seja com os computadores ou fazer sopa de letras,ler o jornal da semana passada, ou apenas mecher no telemóvel e assim ocupar uma mesa de 4 pessoas toda a tarde.... Essa gente não tem família para visitar?? Não tem nada pra fazer em casa?? E antes que comecem a criticar, sim eu presenciei que muitos deles apenas tomaram um café e ali ficaram ocupando espaço e fazendo com que crianças e idosos tivessem de lanchar em pé... Mais respeito gente... Se não tem movimento tudo bem, agora qual a necessidade de estar em um estabelecimento todo dia a ocupar lugar?? É que isso acaba por prejudicar o estabelecimento porque as pessoas vêem que não tem lugar e vão embora... Pensem bem nisso..."
Portanto, já não se pode passar a tarde a borregar num qualquer café que vem logo o exército da estupidez pôr de fora as suas garras.
Já descorri longamente sobre o que penso das pessoas que se dedicam a comentar publicações na internet.
Já sei o que a casa gasta e quando tenho o azar de ler, ainda que de fugida, alguma coisa que estas ilustres mentes escrevem, não consigo deixar de me espantar.
Quem é que perde tempo com coisas destas?
Quem é que se indigna com o que não tem indignação?
Quem é que é assim tão miúdinho?
Era tão mais fácil ceder à tentação de utilizar apenas vernáculo neste texto... Mas será melhor não, que isso já eu faço todos os dias e depois torna-se demasiado repetitivo.
É mais deixar no ar as mesmas questões que esta criatura deixou: se a senhora tivesse família para visitar, certamente não tinha tempo de estar a chatear com o facto das pessoas andarem na vida delas, em cafés e esplanadas, a fazerem o que bens lhe apetece.
Poderia perguntar-se à senhora se também ela não tem nada para fazer em casa.
Ou, ainda, perguntar-lhe se não tem comida em casa e se terá efetiva necessidade de andar a gastar dinheiro em lanches na rua. Porque se é para nos estarmos a meter na vida dos outros como se fossemos donos do pedaço, aos menos que o façamos com profundidade. Coisas pela rama é que não.
Não, isso é demasiado estúpido e apenas enuncia a gigantesca perda de tempo que é discutir ou fazer ver a realidade a quem, coitado, não tem dois neurónios pensantes.
Não vale a pena gastar latim a explicar o civismo a quem não o aprendeu na escola ou em casa na tenra infância.
Não vale a pena debater com quem se acha dono de tudo e não sabe viver em comunidade.
Não vale a pena dizer o que quer que seja a gente que perde tempo a comentar idiotices sobre os comportamentos normais das outras pessoas.
Já agora, também não vale a pena perder dois míseros minutos com quem, até para expressar boçalidades, não o sabe fazer sem dar 50 erros ortográficos a cada 40 palavras.
Portanto, voltem ao título, por favor.
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