Há muitos, muitos anos, num Natal, lembro-me de vir à rua, deixando para trás o calor e a azáfama da sala onde estava toda a família, enfrentando, ao invés, o ar frio da noite.
O silêncio era o mais impressionante. Não que fosse opressivo, não que fosse brutal; havia apenas sossego, o mundo recolhido, o Natal a acontecer. Não é por acaso que aquela é a 'noite silenciosa'.
Olhei em redor e nunca a paisagem me pareceu tão harmoniosa, tão perfeita, tão bela. Todas as luzes acesas, todas as estrelas brilhantes, o ar frio mas simultaneamente confortável e reparador.
Desde então, passei todos os Natais seguintes à espera de voltar a testemunhar esta imagem perfeita, mas nunca mais a encontrei. Dela agora, resta apenas a memória.
Uma memória excelente.
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