Caros migos (em homagem à bimba que mora em mim) dos SMAS da Ultra Mitra Land (quando se pensava que não havia quem batesse a freguesia de Rio de Mouro, eis que chega Almada a dar porrada nesses pobres todos):
A minha pessoa ganha a vida a mandar vir por conta de outrem.
É verdade.
As pessoas pagam-me para mandar vir em nome delas, seja a mandar vir com privados, com entidades públicas, com o próprio Estado.
Basicamente, o pão que como é comprado com dinheiro que me chega à mão por ter gritado com 500 mil pessoas durante um mês.
Pior, a manteiga que ponho no pão que como é paga com o dinheiro que me dão por ter chateado terceiros e ter sido bem sucedida.
Portanto, enquanto outros têm profissões com certeza mais dignas, eu ganho a vida a resolver os problemas dos outros. A pegar no telefone e a berrar. A escrever cartas que de simpáticas e bem educadas têm muito pouco. A intentar acções contra todo o tipo de gente. A ir a todas as conservatórias, finanças, notários, bancos, entidades reguladoras e um sem fim de institutos, já para não falar nas entidades privadas. Tudo para resolver os problemas, encontrar soluções, encontrar responsáveis, deixar tudo esclarecido. Para os outros.
Crêem, de facto, que quando o problema é meu me vou coibir de berrar, escrever cartinhas, reclamações e falar com superiores hierárquicos só porque V.Exas. me dizem que não posso?
A sério?!
Mesmo?!
2 comentários:
Eheheh, adorei o texto. Pelo menos a Diligentia é paga para chatear as almas, há quem o faça de borla!E concordo que no seu caso, quando toca aos seus próprios problemas, não se deva aplicar a máxima "casa de ferreiro, espeto de pau".
Obrigado. Explicar a minha profissão e dar-lhe um ar de 'ajudo as pessoas a resolver os problemas' é muito mais fácil. Se andar pela rua fora a dizer que sou advogada, deixo logo de ter amigos...
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