Há exactamente um ano atrás, neste mesmo dia, fazia-se, ali para os lados de Chelas, o primeiro de três exames fulcrais para se obter uma semi cédula profissional.
Recordo que a noite anterior foi das piores da minha existência. Nem conseguia imaginar o que quer que fosse, ia completamente às escuras. Depois de um ano inteiro em branco, à espera que se lembrassem de que havia gente à espera para começar uma carreira, três meses de aulas mal contados e vai à tua vida, que a nossa é só avaliar aprendizes.
Nesse dia, fiquei presa no metro, que teve a amabilidade de avariar, e cheguei atrasada ao exame. Felizmente nada de muito grave, ainda me deixaram sentar e fazer a prova. Não sem antes olharem de lado para mim e perguntarem se aquilo eram horas para se chegar. Hoje rio-me disso; naquela altura foi o pior que um pesadelo.
Passou um ano; muita coisa aconteceu.
Quando penso que ainda falta o pior, já só me dá para bufar e maldizer a minha sorte. Choramingar já nem vale a pena.
Enfim, podia ter sido diferente. Podia. Mas não seria, certamente, a mesma coisa.
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