Ter decidido parar de viver à espera que me caísse a picareta das notas em cima não foi, afinal, tão boa ideia quanto isso.
A verdade é que pensava que se deixasse as coisas em águas de bacalhau não poderia sofrer de arrependimentos posteriores.
Que é como quem diz, não faço planos que me deixem feliz até sairem as notas para depois não ter desgostos.
Não trago para o escritório os livros que me fazem falta e que por acaso usei em exame porque quando sairem as notas vou precisar de estudar outra vez para repetir exames.
Não penso em organizar o meu CV porque não sairam as notas e, até lá, a minha vida continua a ser nesta comarca, não vou a lado nenhum. Coisas assim.
No dia em que decidir que assim não poderei viver, que estou constantemente a procrastinar eventos que me fazem falta, as notas sairão e todos os eventos supra descritos, que já estarão feitos, terão um sabor amargo.
Porque os fiz acontecer antes de saber o resultado da minha passagem por aquele beco escuro do Largo de Santa Bárbara, em Lisboa.
E mai nada.
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