É triste quando se está rodeado de gentes com olhar brilhante do cansaço, ladeados por maços de papel que nunca mais acabam, mais os livros abertos e os códigos de leis brilhantes e incompreensíveis, num espaço onde toda a gente corre para todo o lado, em busca de consolo, sem conseguir chegar a lugar nenhum.
Olham uns para os outros e perguntam em voz baixa, como se tivessem uma infecção vaginal, embaraçosa situação, estás com prazos?, tentando transmitir com o olhar a sua solidariedade mas não parecendo mais que baratas esgroviadas.
É triste tratar a profissão como uma doença venérea, mas quem cá está sabe muito bem que não há outro remédio senão tratá-la exactamente como merece.
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