Sou um ser estúpido, confesso.
Num dia de tempestade, resolvi sair de casa sem guarda-chuva e sem casaco. Andar de corpinho bem feito é o que esta rapariga gosta, como diria a minha saudosa Avó.
Hoje não foi diferente; a cair o dilúvio na terra e a minha pessoa a correr entre os intervalos da borrasca.
Cheguei, portanto, ensopada e a pingar ao pé de uma funcionária judicial, que olhou para mim como se nunca tivesse visto pessoa tão pouco dotada de inteligência.
Será verdade.
Não sei bem, porém, onde estava a moral tão elevada da referida personagem, visto que na hora seguinte, que passei junto à dita senhora, passou, pelo menos, cinquenta e cinco minutos a falar em voz alta consigo própria, com os processos e com o computador. E depois não me venham cá dizer que não existem totós na função pública... Claro que não existem. Na restante função pública. São todos empregados do Ministério da Justiça.
Moral da história: mais vale estúpida que inimputável. Se bem que a fronteira entre a estupidez e a inimputabilidade, no meu caso, esteja um pouco diluída. Mas a ideia é esta.
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