As férias têm destas coisas: sentar no sofá e ver porcarias na televisão.
Dei com a minha pessoa a ver um programa absolutamente idiota sobre gente completamente estúpida que fazia a sua vidinha a levar os seus rebentos a concursos de beleza para criancinhas.
E essa ideia mirabolante levava-os a fazer as coisas mais incríveis aos filhos em nome de um troféu de futilidade, como obrigar os miúdos a sentarem-se quietos enquanto lhes puxavam o cabelo para lhes fazer pentados horrendos, enquanto lhes punham pestanas falsas ou unhas postiças e os obrigavam a usar dentaduras para melhorar o sorriso.
Empurram as crianças para uma idiotice pegada, que não leva a lado nenhum, a não ser ao reformatório, ollhando para as atitudes que já têm em tão tenra idade.
Quando os vi enfiarem pela goela dos filhos de 4 anos de idade bebidas energéticas, colas, pacotes de açúcar e doces para os manter acordados depois de 12 horas de ensaios, vestimentas, danças, cabeleireiro e gritaria, achei que era o fim da picada e dei graças aos céus por ser europeia, por achar que o que vi era uma pura aberração e uma forma de violência sobre as crianças.
Dei graças por viver num país que, por enquanto, ainda tem Segurança Social, um sistema que não permitiria que os pais fizessem isto aos próprios filhos e que, com toda a certeza, daria origem a um processo crime por violência doméstica.
Dei graças a uma qualquer coisa que me permitiu nascer num país do terceiro mundo europeu, é certo, mas que, pelo menos, incutiu nas pessoas que aqui vivem o sentido de responsabilidade de educar as crianças num ambiente livre de estupidez e futilidade e que permite que ainda haja gente com infâncias normais e livres da estupidez dos paizinhos. Que deviam ir todos presos, by the way.
Graças a qualquer deus pelo Velho Mundo evoluído.
1 comentário:
Os americanos têm as suas virtudes, mas de facto fazem coisas que não lembram ao diabo.
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