quarta-feira, 27 de julho de 2011

Da Bela Idade Casadoira

E, assim num repente, todos se casam e constituem família.
Por todos, entenda-se amigos e colegas de escola, de uma infância longínqua, dos tempos em que brincávamos no meio da rua até ser noite ou do tempo em que íamos para a escola pelo atalho proibido.
Todos esses com quem se partilhou uma sala de aula da primeira classe, uma hora do recreio na escola, um lugar no anfiteatro da faculdade.
Não se sabe se serei eu que ainda tenho idade mental de quinze anos (é provável) ou se anda tudo cheio de pressa para deixar na terra um rancho de filhos, o que é facto é que, de cada vez que se olha para o lado, há alguém vestida de noiva, há alguém com pança inchada de 7 meses, há alguém a preparar as coisas para entrar no mundo dos adultos.
Mundo dos adultos, essa coisa estranha e distante para quem parou no tempo e se recusa a avançar.
Não se sabe se chegará para mim a altura em que estas escolhas terão um sabor a naturalidade.
Provavelmente.
Por enquanto têm todas sabor a sinto-me velha.

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