segunda-feira, 31 de maio de 2010

Rock In Rio - O Rescaldo

Grande dia/noite de metal no Rock in Rio deste ano.
Valeram a pena os encontrões, os murros aqui e ali, todos os inimputáveis que lá estavam, as bolhas nos pés e o alto nível de desidratação.

Memorável.




Soulfly - a primeira banda a actuar no palco Mundo.
Excedeu claramente as expectativas.
Poderoso.


Motorhead não consta porque a montanha russa era mais apelativa do que aquela voz medonha.


Gostos são gostos.









Megadeth - Foi bom porque a banda é boa; lamento informar, mas o senhor já não canta coisa nenhuma, a voz foi-se.


Valeu pelos clássicos, pelo poder do som das guitarras que, essas sim, nunca envelhecem.



Rammstein - Herr Flake a andar de barco pela multidão fora, como já é apanágio.
Tem um bigode medonho a que é preciso fazer referência.


Este homem continua com a voz em grande forma. Límpida, clara, sem distorções, parecia a mesma do estúdio. Way to go, Till.



( e Herr Lindemann perdeu uns bons 10 quilos, não? )




Este foi o concerto da noite. Ou melhor, um concertão; se a palavra existisse, seria com certeza usada apenas para definir as actuações deste sexteto.

Sim, já sei, sou suspeita para falar, é a minha banda preferida, acarinhada, amada, mais que bem querida.
Quero lá saber se sou parcial.
O espectáculo não tem nada de novo para quem já os viu ao vivo, mas não é por causa disso que deixa de ser impressionante, um verdadeiro show. Aquilo que outros chamam a cantar ou actuar com alma, nos Rammstein é sinónimo de usar tudo o que produza luz e fogo. É essa a maneira deles de dizerem olhem, já que cá vêm ouvir a música, tomem lá um espectáculo que se veja! É a maneira de dizerem que gostam dos fãs, tanto que fazem para eles um show que valha a pena.
E é uma bela maneira, diga-se de passagem.
Para quem não goste da banda, até admito que seja só fogo de vista; mas para mim, é como um reencontro de velhos amigos. É ouvir ao vivo as músicas que marcam a alma de cada vez que são ouvidas. É ter perto a sensação de que algo perfeito nasceu das mãos de seis pessoas e produziram algo único e espectacular.
É saber que, no meio de uma multidão imensa, eles tocaram só para mim.
Muitas coisas e acontecimentos marcam a vida de um ser. Que ficam para toda a vida, que são imortais, perenes, indestrutíveis.
Para além de muitas outras coisas e acontecimentos, eu tenho uma banda.
Rammstein.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Uma Merda Qualquer

O tédio é uma coisa espantosa.
Entranha-se pelo cérebro da pessoa e não a deixa fazer mais nada.
Uma pessoa entediada é uma pessoa preguiçosa.
Uma pessoa preguiçosa é uma pessoa pouco ou nada produtiva.
Uma pessoa pouco ou nada produtiva é uma chatice na vida de uma empresa e na vida da sociedade em geral.
Toda a gente sabe que as pessoas preguiçosas são o cancro do viver social.
Pois.

As pessoas entediadas também, não se sabe porquê, deve ser um efeito perverso, tendem a questionar tudo.
Por exemplo, valerá a pena fazer uma peça de uma acção, uma vez que o pedido é dinheiro e a causa de pedir é porque não pagou o que devia?
Não era mais prático mandar alguém bater no devedor, até ele ter os dentes todos em pedaços, para, da próxima vez que se olhar ao espelho, lembrar-se que não pode fazer trafulhices? Por exemplo. Era só uma ideia.
Ou o raio do trespasse, com a sua clientela e os equipamentos que vão dentro do estabelecimento.
Se o antigo proprietário tivesse uma vaca lá escondida ou, quem sabe, uma puta ou duas, também acompanhavam o estabecimento?
Coisas destas.

O tédio é uma coisa espantosa.
Uma pessoa entediada é uma pessoa preguiçosa e questionadeira, que perde o tempo que devia usar para produzir em contemplações do ser e do nada.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dream



Hoje, dia das tristezas e da estupidez, deu-me para isto.
Já nem sei onde fui buscar semelhante música, que muito pouco tem a ver com o que me paira na cabeça, mas dias os há que não vale a pena mais nada.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Odeio a merda do trespasse.

Não serve para mais nada senão para chatear.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O Prometido é Devido, ou Qualquer Coisa que o Valha

Imensamente agrdecida pelo contributo, aqui ficam mais umas pérolas divinas sobre Advocacia e Magistratura de bancada, do melhor que anda pelos quatro cantos deste rectângulo à beira mar plantado, pela mão do querido amigo e Mui Ilustre Colega, EPB :


" - O desgraçado só foi preso porque o advogado foi incompetente (mesmo se for verdade que ele cometeu o crime).
- os advogados tão todos feitos porque se comprimentam ao início do julgamento.
- as testemunhas são todos un mentirosos comprados pelos advogados.
- a justiça é um cágado, lenta, surda, cega e feia.
- o meu advogado fez-me perder a acção.
- "eu sei que é assim, porque li no CM e vi na júlia" (mesmo que esteja a falar com um advogado).
- os juizes tão todos feitos com o MP, porque dormem e comem na mesma casa, entram juntos ns julgamentos e os gabinetes são porta com porta (toda a gente sabe a autoria desta).
- as pessoas estão na cadeia por culpa dos advogados.
- os PJ é que são bons e o resto da polícia são todos uns incompetentes, por isso só devia haver a PJ.
- os advogados ficam com as coisas todas às pessoas.
- os advogados combinam-se uns com os outros para ficaram com as coisas às pessoas.
"

Esperam-se mais contributos; assim que oiçam o Povinho a dissertar sobre Justiça, venham cá dizer!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Sistema Judicial Visto Por Trolhas

Ideias principais da visão do Zé Povinho sobre a Justiça, depois de tempo bastante de observação e análise dos dados disponíveis; sem qualquer intenção de depreciação pelo Zé Povinho.

- A Justiça anda mal porque os juízes são novos, sem experiência nenhuma e metem na cadeia gente jovem que rouba carteiras

- A Justiça funciona mal porque os criminosos andam à solta e os polícias é que vão presos por andarem aos tiros aos ditos criminosos

- Os tribunais não funcionam porque os funcionários públicos não querem trabalhar

- Quando um gandim é apanhado a prevaricar tem de ser enfiado num poço sem ver a luz do sol para toda a eternidade

- Em vez de mandar gente criminosa para a cadeia, chular o dinheiro do contribuinte, deviam era pô-los a cavar a terra, carregar calhaus e outros tipos de trabalhos de gente séria para ver se aprendem

- Os polícias devia era andar atrás dos gatunos em vez de estarem na esquadra a jogar às cartas ( esta é a minha preferida )

- Os juízes estão todos feitos com os advogados para porem os gandins cá fora

- Os procuradores do MP é que fazem a verdadeira justiça

- Para os crimes violentos, a melhor pena para o bandido era deixá-lo no meio da rua para que a populaça tratasse dele

- Quando os casos não se resolvem como uma certa cor política deseja, é porque os magistrados estão feitos com a oposição

- Quando se ouve dizer que os advogados são todos uns vigaristas quer dizer que quem diz isto é porque já ouviu dizer a outro alguém que os advogados enganam as pessoas, mesmo que não saibam o que isso quer dizer ou em que medida as pessoas foram enganadas

- Olha-se para a cara de uma pessoa e percebe-se logo se é criminoso ou não.

A quem ouvir destas pérolas divinas, tenha profissão forense ou não, e quiser ter a amabilidade de as partilhar, por favor, façam-no.

Acabo de descobrir que quero dedicar a minha vida à busca de todas as conclusões brilhantes que cada português tem acerca do sistema judicial, para um dia mais tarde publicar um livro de aforismos jurídicos vindos de mentes pensantes licenciadas em advocacia e magistratura de bancada.

Cinema IV


Já que se está num onda de cinema...

Este já tem algum tempo, mas só agora surgiu a oportunidade de o ver.
Não é lá grande coisa.
Espera-se um grande filme com porrada de meia noite, protagonizada por um personagem brutal, frio e implacável e afinal sai um beato de meia tigela, arrependido dos pecados que cometeu depois de ter vendido a alma ao diabo.
Nem fica com a gaja no fim; uma autentica miséria.
História previsível, arrependimento moral que destrói o personagem, pouca consistência do conto.
Une merde, vá.
Mas isso sou só eu.
Os monstrinhos até estão bons; para não se dizer que só digo mal.

Cinema III


A pensar que ia ser um fiasco, mas afinal até saiu daqui uma bela coisa.
Obviamente que não é para ganhar nenhum Oscar ou chegar a Cannes e ter uma noite de glória, mas não há como negar que este é um marco na história do cinema de terror.
A explicação da origem de Freddy está repleta de bons efeitos especiais, bem imaginado, bem feito.
Très bien.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Eu e a Administração II

Aprecio grandemente pessoas que não percebem o que se lhes está a perguntar, não sabem a resposta à pergunta que não perceberam e mesmo assim entendem por bem mandar uns bitaites sobre aquilo que não fazem a mínima ideia do que seja.



Que sentido é que isto faz?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Eu e o Patronato

- Ó M., não ponha a A. a falar com o Sr.F, pá!
- Mas porquê?
- Pode pô-la a falar com clientes, mas não com clientes como o Sr.F! Ele come-a viva!



É sempre bom saber a opinião que têm de nós.

Citação

"É que, vistas bem as cousas, a dor de alma é, sem receios de exageros, incomensurável, mau grado os esforços (louváveis) da Psiquiatria em tentar medi-la."

Encontrado num acórdão do STJ, de Maio deste ano.
Provando que também em Judicatura se faz poesia.

Cinema II


Efeitos especiais espectaculares.
História interessante.
Um bom remake.
12 de oral, 12 final

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Hoje é Dia do Advogado

Ou seja, hoje é dia de S.Ivo, que é padroeiro dos advogados, dos juízes e das crianças abandonadas.
Só espero é que, no fundo do termo e do conceito, não haja qualquer relação entre os dois primeiros grupos protegidos e o terceiro.

Ou será que há?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sherlock Holmes


Já saiu há algum tempo mas só agora foi visto.
Dá uma nova dimensão a este mito da investigação, com muito mais acção e colorido do que se possa imaginar.
Sem nada de extraordinário, é leve e empolgante q.b.
Até vale a pena, vá.

Discurso

E o Sr. Presidente falou ao país.
Com um ar muito amargurado e condoído, fez um discurso notável, como se fosse um condenado de Auschwitz, como se fosse um sacrificado, um mártir, um herói.
Promulgou a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo como se carregasse um fardo que mais ninguém vê. Gostei particulamente da menção aos problemas económicos do país, e em como atravessamos tempos difíceis e como o Sr. presidente é bom e generoso e não quer fracturar a sociedade portuguesa.
Mas não sem antes mandar a farpazinha em como achava que aquilo não era casamento coisa nenhuma e botava discurso sobre aquilo que realmente acha de quem quer este tipo de casamento. Só lhe faltou dizer que era uma pouca vergonha e que no tempo dele não havia disto, que era tudo gente decente e havia respeito.
E no fim, ainda adoptou aquele tonzinho doce e resignado do sacrifício pela pátria ao promulgar uma lei que é contra as suas convicções pelo bem comum, pelo interesse público, pelo bem maior.

Ora, ora, Sr. Presidente, não tem vergonha?

Se quer promulgar uma lei, faça-o, não venha é cá para fora mandar discursos para o alto como se fosse um grande sacrifício que está a fazer pelas cores da bandeira. Já é tempo de o país evoluir, e evoluir também passa por não discriminar quem tem opções diferentes seja de que maneira for.
Ou esperava vetar a lei só porque sim, mesmo depois de o Tribunal Constitucional se ter pronunciado pela não inconstitucionalidade da lei? Como se não fosse possível ser de novo aprovada na Assembleia ...
Mas o que dá particular gozo em salientar é mesmo o acto de heroísmo e sacrifício que o Sr. Presidente acha que fez pelo seu país porque esta é uma altura má e não podemos desunir o povo, mesmo que o Sr. Presidente não concorde.

Oh que comovente...!

E assim se faz campanha eleitoral mesmo antes de ter começado.
Assim se pescam votos de todos os quadrantes.

E o voto de quem o topa a léguas, vai buscá-lo onde?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Semântica

Já ninguém diz pequerruchos.

Que falta de chá...

domingo, 16 de maio de 2010

Cinema


Levezinho.
Dá para rir.
E tem Butler, que além daquilo que se vê, já foi um profissional do foro!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Em Memória

Mesmo depois de tantos anos, tantas aulas, tantos professores e assistentes, tantas angústias e tantas coisas outras que se passaram no Antro, não esqueço a primeira semana de aulas. E não esqueço uma aula em particular, em que um professor explicava aos alunos que tinham acabado de chegar ao mundo da judicatura porque é que era necessário uma formação tão longa nesta área. Disse que poderiam formar-se juristas em ano e meio, mas que nunca seria a mesma coisa, porque faltaria muita coisa que nos seria essencial para a vida futura.
Daquelas palavras, tirei uma conclusão muito simples: vai vos custar, vai ser longo, mas vão precisar daquilo que vos vão ensinar aqui.
Nunca mais me esqueci do que foi dito naquela aula de apresentação de Economia Política. Até porque se veio a revelar muito útil nesse mesmo ano, quando a faculdade deixou de ser a FDL para passar a ser definitivamente o Antro.
Também nunca foi esquecido quem proferiu tais palavras, mesmo tendo adormecido em tantas aulas e não ter ido a tantas outras.

Serviu de exemplo do que é ser injustiçado por ter opiniões diferentes e mesmo assim continuar, persistir, não desistir.

Esse professor era Saldanha Sanches.

Poder-se-ia falar de todo um contributo para o mundo jurídico, nas inúmeras obras e no impulso que deu ao Direito Fiscal, mas prefiro lembrar-me dele como a pessoa que resolveu dizer aos alunos do 1º ano que a vida não seria fácil ali dentro, mas que tudo seria necessário para uma formação completa.
Prefiro lembrar-me dele pelo gesto e marca que deixou àqueles sentados nas cadeiras do Anfiteatro 1.
Porque a imortalidade é a marca que deixamos naqueles que connosco se cruzam.


1944-2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Do Ódio Em Ter Razão

Em tempos, alguém considerou que por estes lados havia uma bola de cristal.
Sim, uma coisa redonda através da qual uma pessoa com clarividência mental conseguia vislumbrar fragmentos do futuro.

De que vale o dom se só se vê sofrimento? De que vale ver se só se podem anunciar desgraças? De que vale saber se nada de bom há a dizer?

Quantas destas já se viu? Quantas destas já desfilaram pelos olhos, ja se presenciou, ja se testemunhou sem que nada fosse feito? Quantas guerras destas já vi? Quantos tombaram, quantos sobreviveram? Quantas mais virão?

Moral da história: não existem bolas de cristal, as gentes que na terra caminham é que são previsíveis como o raio.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Só Para Ouvir



O video é fraco, mas não consigo encontrar o original.
Não interessa; a música é brutal.
Límpida.
Clara.
Perfeita.
Like no other.

Bem Aventurados Os Que Choram Porque Serão Consolados

Irritam-me as pessoas que imaginam a vida como um mar de rosas e romantismo.
Irritam-me que sejam incapazes de perceber que raramente existem zonas brancas ou pretas e que mais existem zonas cinzentas do que qualquer outra coisa, zonas em que a complicação e o desastre vêm ao de cima, zonas em que não há qualquer controlo sobre coisa nenhuma.
Irritam-me as pessoas que crêem piamente que um pouco de amor e um empurrãozinho e tudo se resolve.
Irritam-me porque são incapazes de ouvir que assim não é, porque se recusam a acreditar que o mundo que imaginam possa ser destruído, porque querem desesperadamente acreditar que com boa vontade tudo se faz.
Irritam-me porque acreditam num mundo que não existe. Porque a existir todos seriam felizes, não haveria história triste, nem miséria, nem desgosto ou desespero.
Irritam-me as pessoas inocentes porque virgens de alma, ainda têm o que já foi perdido.
Mas irritam-me sobretudo porque insistem em querer fazer vingar princípios que se conhecem em teoria mas que na prática nunca viram a luz do dia.
Irritam-me porque caminham alegremente sobre vidros partidos, sobre brasas rubras e mesmo assim teimam em dizer que o amor é a salvação.
Irritam-me porque a existência não é um romance de Nicholas Sparks, nem eles são o Dumbledore, que acreditava que o amor salvaria o mundo mágico, nem a boa fé é muito mais que um princípio de direito.
Esquecem-se que há sempre alguém que morre de cancro num livro do autor citado, que o amor a que Dumbledore se refere é de facto o sacrifício e que não há ninguém com boa fé em coisa nenhuma.
Esquecem-se que a fé que depositam nos outros é um trampolim para o vazio.
Esquecem-se. Ou não sabem. Ou fingem não saber.
Irritam-me as pessoas que acham que tudo correrá inevitavelmente bem só porque sim, que se recusam a ver as armadilhas na frente, recusam a acreditar que as zonas cinzentas existem em grande maioria e em detrimento das pretas ou brancas.
Os princípios nem sempre funcionam em todas as situações. Porque são pretos ou brancos e o caso concreto é cinzento.
Não há pacta sunt servanda. Ou sequer bona fides.
O que há ... Não sei o que há.
Há o que as pessoas fazem, o que são. E o que são e fazem nunca é linear. É confuso, é complexo, é abstracto, raras vezes bom.
Não são estas palavras de amargura; são palavras do que há, do que é. Foram fortalezas que protegeram da tempestade e não deixaram cair em tentação de ver o mundo e acreditar nele. Reflectem não o que se sente, mas o que existe lá fora, que é feio e negro, que é podre e arruinado.
Irritam-me as pessoas que imaginam a vida como um mar de rosas e romantismo porque talvez, só talvez, chegue o dia em que entendam que tal não existe.

Da Culinária - Fritura

Começa-se a ficar com uma certa saturação de gente que sabe tudo.
Ou que pensa que sabe tudo.
Sabichões, vá.
Estúpidos sem ocupação definida que gostam de pairar por aí, a inventar coisas para chatear.

Correndo o risco de ficar queixinhas e parecer com uma ou duas pessoas que constam da lista de conhecimentos, vem por este meio dizer de sua justiça quanto a estas gentes.

Vão-se fritar.
Isso mesmo, fritar.
Rebolem-se numa grande tina de pão ralado, enfiem-se dentro de uma frigideira cheia de óleo quentinho e deixem-se estar, virando quando sentirem queimar.

Pode ser que com tal ocupação deixem os outros em paz com as vossas ideias e teorias mirabolantes.
Hoje vai tudo à frente.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Bad Hair Day

Há coisas que não fazem sentido nenhum.
Se calhar até fazem mas sou incapaz de as conceber, pelo menos, da maneira como são feitas.
Anda tudo em polvorosa por causa da vinda do Papa.
Dão tolerância de ponto, arranjam missas no Terreiro do Paço, condicionam o trânsito na capital, metem toda a polícia que têm na rua a tomar conta do senhor.

Não percebo.

Caso ninguém tenha percebido, este é o ano de centenário da República.
Ou não tinham dado por isso?
E o que é que a República nos deu, para além de um Presidente?
Ahh, pois, a Laicidade do Estado.
Ou também não tinham reparado?

Ou não sabem o que é Laicidade?
Separação do Estado e das igrejas, o que traz (ou não) a liberdade de culto, em que cada um professa o que quer sem chatear os outros.

Artigo 41º da Constituição da República Portuguesa
(...)
4. As igrejas e outras comunidades religiosas são separadas do Estado e são livres na sua organização e no exercício das suas funções e do culto.


Ora vamos lá esmiuçar.

Já sabemos que Laicidade que dizer separação do Estado e das igrejas.
Quer dizer que o Estado não promove este tipo de coisas.
Ou, pelo menos, em teoria não promove, sob pena de quebrar um princípio sob o qual assenta.
Quer dizer que o que as igrejas queiram fazer é lá com elas, não tem o Estado que participar, nem apoiar nem agir como se desse mais importância a uma igreja que às outras.

Se o Estado não promove nem apoia este tipo de iniciativas, seja de que igreja for, o espalhafato a que se assiste não só é inconstitucional e anti-republicano como não faz sentido absolutamente nenhum, e ainda é um atentado a quem ainda acredita na República e nos seus princípios porque é obrigado a levar com isto a toda a hora.

Na televisão pública, meus caros, paga com o dinheiro dos contribuintes, há um longo desfilar de debates e mostras e um longo desfiar de um rosário que não pertence verdadeiramente a um Estado Laico.
Ontem, o programa Prós e Contras, da RTP, decidiu que a redução do défice em 1% até Dezembro do ano corrente, com as inúmeras medidas que isso pode trazer para o bolso do cidadão comum, não era uma matéria interessante; o que era deveras interessante era discutir a vinda do Papa.
Num programa de interesse geral.
Numa estação pública de televisão.

Ah e tal, mas a maioria das pessoas é católica.

Exacto, porque nunca lhes ensinaram mais nada. E porque lhes ensinaram a não tolerar as outras religiões e a menosprezar tudo o que é diferente.
E, desculpem lá, são católicos porque há tolerância de ponto, se fosse um dia de trabalho normal, ninguém tinha religião. Ou querem convencer-me que os 700 mil funcionários públicos que hoje à tarde estão dispensados vão todos ver o Papa? É já a seguir...
E aqueles que não são catolicos mas pagam impostos como os outros? Têm que levar com esta lenga-lenga a toda a hora, porquê?
Onde é que está a igualdade e o respeito por todos quando uma estação pública de televisão de um Estado Laico transmite sem cessar todos os minutos do Papa em Portugal?

Gostava de saber se quando cá veio o Dalai Lama também houve este escarcéu.
Ou um outro líder espiritual qualquer.
Não, pois não?

Acho triste. Principalmente porque temos um País fundado em princípios que ninguém cumpre.
A República, que caminhou entre nós livremente em Abril, está um bocado mais nua que o costume, hoje.

segunda-feira, 10 de maio de 2010




Dedicado a Jorge Jesus.
Torna-se um bocado cansativo estar sempre a comprar as mesmas coisas.
Por exemplo, telemóveis.
Ele há gentes que adora comprar telemóveis, topo de gama, novidades, 3ª geração, uma data de coisas e demais incentivos que levem a malta a gastar dinheiro neste aparelhinho fantástico.

Não é o caso.
O telemóvel serve para ligar, receber chamadas, mandar e receber sms e eventualmente mandar e receber fotografias.
Não serve para mais nada.
Compra-se um telemóvel que cumpra os requisitos básicos e anda de lambreta, que há mais o que fazer e mais onde gastar as economias.
Confia-se que o raio do aparelho cumpra a sua função sem se passar dos carretos e mandar 30 mensagens se nada escrito ou lembrar-se de ligar para um superior hierárquico sem ninguém lhe pedir vezes e vezes sem conta.
É um bocado embaraçoso, vá.
E cansativo quando nos apercebemos que ainda nem há meia dúzia de meses se comprou uma merdinha destas que já anda a descambar.
É chato.

E logo quando tinha tantos sapatos em mente para comprar.

domingo, 9 de maio de 2010

Benfica


Campeão Nacional 2009-2010

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Estupidez

Possuo 7 óculos de sol.





Mas uso sempre os mesmos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A retribuição faz mal ao trabalhador.
Faz, sim.

Não páro de pensar em sapatos.
Em todos os sapatos que me apetece comprar, em todos os que vi na altura em que não tinha dinheiro para os comprar, em todos os que se assemelhem, mesmo que ligeiramente, à estupidez que chamo de estilo.
Altos, baixos, abertos à frente, abertos a trás, com lacinhos e coisinhas, só penso em sapatos.

Podia gastar o tempo com coisas mais pertinentes, como o que fazer para encontrar os cd's que perdi dentro do carro, o que faço à minha vida se eles não aparecerem, como é que vou fazer aquela peça para Trabalho, até podia pensar em sexo, ou no Jensen Ackles, ou as duas coisas, ou em gomas, mas não.

Sapatos.

Uma Mulher Desorientada É Pior Que Um Polícia Bêbedo

À parte da comicidade que é juntar na mesma frase polícia e bêbedo, percebe-se que a premissa até é bastante discriminatória. Para o lado das mulheres, leia-se.
Se não, vejamos:
Nos termos desta premissa, uma mulher não tem direito de se desorientar a menos que queira descer ao nível de um elemento de orgão de polícia criminal colocado voluntariamente em estado de inimputabilidade derivado da ingestão ou consumo de bebida alcóolica. Ou seja, não se pode estar nervosa ou ter um momento de pouca clarividênca mental que é feio e pouco digno da figura feminina.
Se for um homem, está bem, desorienta-te para aí à vontade, somos humanos, afinal, e todos temos maus momentos, deixa lá. Se for uma mulher a ter semelhante conduta, é pior que uma autoridade ébria.
Ora, ora, não há vergonha?
Porque toda a gente sabe que as mulheres passam a vida calmas e sossegadas, por isso descontrolarem-se não passa pela cabeça de ninguém...

Francamente.

Sebes Vivas

Perdi dois cd's da minha predilecção dentro do meu próprio carro.
Não sei como, não faço ideia se é possível sequer, mas a verdade é que ocorreu.
Assim que os tiro da ranhura do leitor e os meto naquela porcaria de guardar cd's, que afinal não serve para nada, nunca mais os vejo.
Já tirei todos os tapetes, afastei os bancos, meti as mãos em locais apertados para constantar que o que não consta em lado nenhum são a merda dos cd's.
Secretamente, estou convencida que foi o leitor de cd's que os comeu, atirou com aquilo para dentro do motor e agora foram-se. Mas isso sou só eu, e ninguém acredita na minha teoria de leitores comedores de cd's.
Já ando a poupar para ir à oficina mandar desatarrachar os bancos todos.
Eles estão lá, sei que sim; não sairam do carro desde que este entrou na minha vida, só para me dar alegrias.
Até ao momento em que me comeu cd's.
Cd's dos Rammstein.
Imperdoável.

O meu carro é uma sebe viva, que vai alastrando os seus tentáculos verdes até se locopletar com a propriedade dos outros.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Livro de Reclamações

Há coisas que me irritam sobremaneira.

Há coisas que me tiram do sério.

E quanto mais penso nelas mais me apercebo que podia muito bem ter respondido à letra, ter aliviado o peso cerebral que estas situações estúpidas provocam, mas por um motivo desconhecido, decido fazer como se não tivesse ouvido, seguir o meu caminho com menos uma chatice.



O mundo está cheio de gente espertinha que tem a mania que é uma grande peça.

O mundo está a abarrotar de pessoas que acham por bem mandar umas calinadas, à laia de posso dizer tudo o que me apetece que isto é um país livre.

O mundo está cheio das pessoas que acham que podem dizer o que lhes vai na pinha sem que os outros possam ripostar.



A maior parte das vezes, até se safam muito bem; a maioria das pessoas é igualmente parvinha e não quer aborrecimentos, prefere uma vida tranquila, sem desaguisados com os outros, temos que saber viver em sociedade, darmo-nos bem, não é verdade, para que armar confusão por causa de uma coisinha de nada?



Sim, a maior parte das pessoas é assim, e até faz muito bem. Porque a maior parte das pessoas não tem o cérebro permanentemente inflamado e não vê estupidez em todo o lado. Porque a maior parte das pessoas não fica meio ano a pensar naquilo que foi dito, a remoer e a pensar no assunto como se não tivesse mais nada que fazer.



Como diria a minha avó, fui à farmácia aviar uma receita.

E do outro lado estava uma senhora a quem eu devia ter arrancado os olhos à dentada.

Mas não o fiz.

A putinha devia ter achado que eu tinha coagido o médico a passar-me dois cremes impregnados em cortisona, sim, porque eu agora sou uma drogada que gosta de se encher de creme contaminado só pelo divertimento, e ainda se pôs a tecer considerandos sobre o conteúdo da receita, terminado com um trejeito conformado mas cheio de dúvidas. Não me compete, mas dois cremes de cortisona...

Fique-se pela primeira parte, não lhe compete, não acrescente mais nada. Deixe-se ficar como está, não tem nada com isso, que se saiba a sua placa identificadora diz farmacêutica e não médica, por isso, resuma-se à sua insignificância e vá abrir a gaveta para me dar o que diz a receita. Se tiver dúvidas, pode sempre voltar à faculdade e tirar um curso que lhe permita fazer esse tipo de observações. Ou acha que o médico não sabe o que faz? Talvez ache que o convenci a dar-me duas coisas com cortisois porque gosto de me encharcar em medicamentos? Se calhar acha-me com cara de viciada? Se fosse para a puta que a pariu fazia melhor figura.

Era o que eu devia ter dito na altura, e não ter voltado resolutamente as costas, com a promessa de nunca mais voltar àquela farmácia. Porque alguma dia que me esqueça da promessa que fiz volto lá e acontece exactamente o mesmo, a putinha faz o mesmo e sai impune.

Raios partam a sabichanice.
E raios partam a estupidez de ficar entupida perante uma coisa parva sem pronunciar as palavras mágicas livro de reclamações, já.

Eu e a Administração

- Bom dia, era para dar entrada a um requerimento.
- E isto é o quê?
- ( É um autocarro da Carris ) É um requerimento para X.
- Ah... E isso é aqui?
- Pois, é... Creio que sim...
- Mas isto é um requerimento?
- É.
- Mas para quê?
- ... Está lá escrito. É para X.
- Ah! Vou só ver se posso fazer isto.
- ...
- Isto é um explicativo, não é?
- Er...
- Vai assim, se não puder ser, não é, está bem?
- Ahn?