quarta-feira, 7 de novembro de 2018

É Normal?

Nos últimos tempos, e porque trabalhar é com certeza coisa que não assiste a gente com dois neurónios, alguém decidiu que o que era mesmo boa ideia era criar no Facebook um grupo de antigos alunos escola que frequentei.

As pessoas normais poderiam perguntar-se, qual escola, mas a minha pessoa só frequentou três escolas em toda a sua vidinha triste: a escola primária, a faculdade e no meio destas duas, do 5º ao 12º ano, um antro de gente ranhosa, mal parida e mal amanhada, pelo que, na verdade, a escolha de escolas é muito reduzida.

Sem escamotear a parte académica, que muito agradeço, a minha aversão àquela escola vem unicamente da congregação a que pertence, que é a Igreja Católica.
Obviamente que não foi por escolha minha que ali estudei,mas durante todos aqueles anos que ali estive, percebi que religiosidade e crendices que tais andam normalmente de mãos dadas com pessoas podres de alma e sem nada para oferecer que não seja igualmente pobre e igualmente mesquinho como as suas mentes atrofiadas. E isso aplicava-se maioritariamente aos alunos mas também aos professores, extensível ao restante pessoal.


E, portanto, como está bom de ver, não tenho saudades nenhumas dos tempos de estudante do ensino (agora obrigatório), não tenho saudades nenhumas das pessoas com as quais me cruzei durante aquele tempo todo e por minha vontade nunca mais me lembraria que algum dia frequentei aquele antro de atrasados.


No entanto, e mesmo tendo vindo criteriosa na escolha das amizades facebookianas, houve uma alma que decidiu convidar-me para o tal grupo e, feita parva, movida unicamente por uma curiosidade mórbida e um desejo masoquista de sofrer com recordações do passado, aceitei.


Claro que a minha alma aflita pensou logo que aquele era o grupo de estúpidos de há vinte anos e que não iam fazer mais nada senão gozar uns com os outros, insultar-se e espalhar boatos, fazer bullying contra tudo e todos, principalmente os mais fracos, como sempre foi, aliás, apanágio daqueles espíritos iluminados.



Qual não é o meu espanto quando verifico, afinal, que está toda a gente felicíssima por se 'reunir' novamente, que estavam com saudades dos tempos de escola, que gostam, afinal, de recordar os velhos tempos e com uma distância de 20 anos, são todos pais de família e gente normal.


Quão estranho é isto?!

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