quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Do Piropo que Agora É Crime

Obviamente que existirão outros assuntos mais prementes que ainda não têm resolução à vista.

Claro que há outras preocupações a que a Assembleia da República e o Governo têm de atender.

Toda a gente percebe isto, mas estão, pelos vistos, com sérias dificuldades em perceber também que esta 'coisa' do piropo também é uma coisa séria.


E o motivo de tanta estranheza, meus caros, é triste, mas tem de ser dito: para além de ligeiramente obtusos, são homens.
E não compreendem o que é ir descansadinho no meio da rua e ouvirem barbaridades e obscenidades que vos fazem sentir pouco seguros e pouco lavados.
No simples acto de andar na rua.
No seu próprio país.
Num país supostamente livre, em que os cidadãos vivem em suposta segurança.

Não percebem porque acham que isto é conversa de feminista, de gente desocupada que se ofende com tudo e mais alguma coisa ou, de longe a minha preferida, conversa de púdicas que se acham no direito de se sentir ofendidas mas no fundo só querem levar com ele à bruta. Não percebem porque são homens e porque curiosamente aos homens nunca ninguém se lembrou de gritar "comia-te todo" ou "saca-me um bico", sob pena de levarem um enxerto de porrada pelas ventas abaixo.

A esses queridos, só desejo uma coisa: que venham a ter FILHAS. Muitas filhas. Raparigas giras, saudáveis e bem feitas, ou não, também podem ser porcas e mal jeitosas, mas não obstante, mulheres, e que queiram andar na rua à vontadinha e que lhe salte ao caminho um ou dois ordinários a dizer estas alarvidades.

Para ver se gostam.

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