Ia a minha pessoa, toda lampeira, a uma sessão de julgamento totalmente dedicada a alegações.
Com tudo preparadinho, o processo estudado, os apontamentos feitos e abertos à minha frente, nada podia correr mal.
Eis que se me dá a travadinha, enrolo-me toda, vá de titubear e gaguejar como se não houvesse amanhã, e sai um discurso não de todo incorrecto, porque estava lá tudo o que havia para dizer, mas uma bodega pegada, digna de uma principiante. Que na verdade sou, não restem dúvidas. Mas já tive prestações melhores, e a simplicidade do caso merecia um discurso não tremente.
Merda para mim, portanto.
Porém, mais tarde, na mesma sala de audiências, ouço uma Ilustre Colega, nas suas alegações, dizer o seguinte:
- Dúvidas não restam que o arguido amandou o objecto à ora assistente.
E senti-me logo melhor.
Porque sou porca e maldosa, somente.
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