Na qualidade de profissional liberal, o conceito de greve é coisa que não me assiste, como dizia aquele sabujo que, parece, está agora enfiado na Casa dos Degredos.
Aparentemente, não tenho entidade patronal, passo uns recibos esverdeados como quitação das cascas de alho que me calham em sorte ao fim do mês e, pela independência a que a minha classe (tão bonito, não é?)está adstrita, não me é permitido estar sujeita a essa vergonha que é ter dever de submissão aos poderes de direcção, disciplinar e de regulamentação (para mais informações, consultar artº 97º e seguintes do Código de Trabalho).
No entanto, creio que a minha entidade pagadora era capaz de ficar ligeiramente aborrecida se amanhã não pusesse os cotos no domicílio profissional. Digo eu, não sei.
Apraz, porém, fazer um pequeno reparo: se amanhã este país pára, significa que os meios de transporte que fazem deslocar o pessoal de casa para o trabalho, e vice-versa estarão, também eles, parados. O que significa que vão estar demasiados carros na rua para ser suportável conduzir.
O que me leva à pergunta fulcral, que podia ter sido formulado logo no início deste texto, evitando a indução de sono no leitor: como caraças chegarei amanhã ao trabalho?
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